Qual é a
diferença de ontem e hoje alguém sabe me dizer?
Eu
respondo, e aposto como vocês vão adorar saber, anos atrás nem banheiro fora de
casa tínhamos imagina dentro.
Há e
geralmente andávamos descalço, e não por opção, sem contar que comia-se mal!!!
Muitos dos
filhos, e até os casais dormiam em redes, camas geralmente só as dos pais e com
colchões de palha de milho, e os mais antigos com borracha e sem colchões.
Eu me
refiro aos que além de pobre, morava na roça, ou no interior do Norte e
Nordeste, se bem que conversando com pessoas da minha idade e alguns mais
velhos que foram criadas no sul, não existia tanta diferença, alguns até me
contaram que eram proibidos pelos os pais de frequentar a escola,
outros por falta de professores.
Meus
filhos! Pois é!
E como não
existia banheiro o negócio era se aliviar no matinho mesmo, e feliz daquele que
encontrava uma folhinha macia ou sabugo de milho.
E se a
noite tivesse um (periperi, ou gaganeira) quer dizer uma dor de barriga, no
sitio era um Deus nos acuda, tinha um pinico mais e daí?
Teria que
ir lá fora levar a encomenda, gente! Essa vida era de lascar, e tomar banho?
Sorte de
quem tinha um pote e enchia d’água nos fundo de casa, e na bacia com ajuda de
uma caneca tomava seu banho e sorte de quem tinha um banheirinho feito de palha
de milho dávamos graças a Deus, se não era ao relento mesmo, quem tinha sorte
de ter sabonete Gessy, escova e pasta de dente era bom demais, se não escovava no
dedo e com casca de juá.
Hoje com
tudo na mão mesmo sendo pobres, alguns adolescentes ainda reclamam da vida que
levam, quanta ingratidão, eita povinho mal agradecido.
Hoje estudar é fácil mais ainda existem os que
não querem saber de nada e preferem a gandaia.
As
refeições antes, o café da manhã geralmente tinha duas bolachas secas, ou bolo
de goma, no almoço feijão com farinha, já a mistura?
Hum!
Rapadura
ou toucinho de porco, pão era luxo, só duas vezes por semana, a janta uma sopa
rala ou coalhada, isso para quem tinha a felicidade de ter vacas, na verdade para
enganar a fome dormia-se cedo, também como ficar acordados se nem luz tinha, o
gás era caro!
Para quem
morava em sítios era um pouquinho melhor, isso por que sempre que chovia tinha
a época certa de cada fruta, então geralmente sempre tinham alguma fruta.
Isso para
quem era pobre de maré gepé, existiam sim alguns de vida melhor, e é lógico nas
cidades, e para alguns de dinheiro a vida era menos entediante e a pobreza não
predominava, e para se aliviar, digo fazer o número um e dois, tinha a casinha
muito precária, há! E um quartinho para banho, mais é lógico na bacia.
Luz só a motor, mas dez horas da noite
desligavam-se o motor e daí cama e com um candeeiro na mão. (Lamparina)
Mas se
engana quem pensa que não tinha uns metidinhos que se achavam, saí décadas
entras décadas, saí anos, entra anos e o povo não muda, e alguns acham que
nasceram com um rei na barriga, é com o nariz pra cima como se fossem
intocáveis.
É como diz
uma amiga, comem Feijão com rapadura, e nas festas se veste iguais dondocas,
isto é até hoje no Norte e Nordeste, já aqui para Sul e Sudeste torresmo com
feijão e muita folha.
Aos
domingos nos sitio geralmente éramos privilegiados, oba! Tinha para o café,
bolo branco, e no almoço frango caipira com arroz de festa uma beleza, e fiquem
vocês sabendo que mesmo assim dificilmente você escutava alguém reclamar da
vida.
Hoje um
pobre, esse não passa sem o pão e leite no café da manhã, e aos domingos com
certeza na maioria dos lares se comem bem melhor, e dificilmente passa sem uma
lasanha ou macarronada.
E o que
mais agente ver?
Reclamação
de todos os lados, aliás, dificilmente vemos uma família agradecida pelo o que
Deus lhe dar.
Roupas?
Quer isso?
Se muito
tínhamos era duas de sair, e para ficar em casa só mulambeiras, quer dizer
roupas bem velhinhas e remendadas.
Passeios?
Mais olha?
Quem disse
que principalmente quem foi criado em sítios ou roças tinham esse privilégio, as
vezes no dia feira, isso se a Cidade não ficasse distante, uma vez por semana
os pais levavam a criançada.
Geralmente
se tinham mais de oito filhos levava a prestação entenderam ou querem que eu
desenhe?
Hoje ás
meninas e as mocinhas se vestem e muito bem e ainda reclamam e acha que suas
vidas não são boas, e estão sempre procurando sarna para se coçar, quer dizer
pintando cabelos, variando roupas e dizendo que nada tem.
E por que
vocês acham que os antigos, ou melhor, as pessoas mais velhas usam dentaduras?
Por que
gostam?
Não! Por
que os dentistas dificilmente eram formados e se eram não sabiam se quer como
restaurar um dente.
Agora não
me perguntem se não estudaram o suficiente, ou nem existia estudos na época
para eles saber como deixar um coitado com dentes, então os que mais se via
eram mocinhas e mocinhos banguela, ou vidão!!!
Hoje por
que qualquer bobagem, até os mais humildes, eles querem aparelhos nos dentes
por que sicrano ou fulano tem.
O pai dar
seu suor até fazer o que os filhos estão lhes pedindo, e vocês acham que eles
agradecem?
Muitos o agradecimento é a vadiagem.
Meus
amigos quem pensa que a vida era fácil, enganou-se, e quando um cristão mais
velho vai contar sua trajetória de vida a um adolescente, muitos saem rindo e
nem escutar querem.
Os namoros
eram tão bobos e inocentes que até de você pegar na mão acreditava que ficaria
grávida e sentar em lugares onde um homem sentou?
O pior era
se o lugar tivesse quente AÌ UÍ era gravidez na certa.
Hoje os namoros
já parecem casamentos e feliz de quem tem a cabeça no lugar! Se não aja criança
para os pais cuidarem.
A
diferença era que antes os filhos escutavam mais os pais e os mais velhos, os
sábios!!! Hoje ninguém escuta ou quer conversar com ninguém, digo com os mais
velhos.
Tudo isso
que eu escrevi, muitas coisas eu passei e quantos e quantos brasileiros não
passaram, e muitos continuam passando por esse mundão á fora, estudar eu
estudei mais sabe como eu aprendi a ler?
Sozinha
lendo capricho, contigo e fotonovelas, gente! Nessa época nem tudo era flores e
só começou a mudar mesmo, eu acredito que depois dos anos sessenta.
Isso no
interior do Norte e Nordeste, no sul e Sudeste talvez não tenha sido diferente.
Hoje
reclamam de barriga cheia, e muitos não sabem dar valor a vida que tem.
A verdade
é que nós fomos felizes mesmo nos faltando tudo e mais um pouco, eu me
considero uma pessoa feliz, e tive o privilégio de nascer quando ainda existia
inocência, decência, companheirismo, dignidade, humanidade e onde um vizinho se
preocupava uns com os outros.
Hoje em
dia se preocupam sim, em meter a língua na vida um do outro, e mesmo se poder
ajudar prefere matar para que não o incomode mais.
Essa e a
minha visão do mundo de hoje, as pessoas não estão nem ai uns com os outros, e
por incrível que pareça, muitos pobres aqueles que tem carro e casa, esses são
o que mais arrotam caviar que deve ser uma bosta.
Eu nunca comi
nem quero prefiro feijão com rapadura rsrsrssrrsrrs.
JOANA D'ARC NUNES DE ARAÚJO ALVES FERREIRA