Dificilmente ouço músicas atuais, só se for muito boa mesmo,
agora músicas antigas e aqui na internet, eu fico horas. E acredito que quem
curtiu, dançou e sonhou com as músicas dos anos 60 e 70 sabe do que estou
falando.
Vou citar alguns dos melhores, sem dúvida, Roberto Carlos,
Incríveis, Fevers, Benito de Paula, Raul Seixas e todas as bandas de rock, eita! Sinto muito, mas não dar para enumerar todos, são muitos inesquecíveis, eles
nos fazia sonhar, imaginar o imaginário, acreditar no amor ao escutar as
músicas e nos transportar para onde nossa imaginação quisesse.
E apesar de ter tido uma infância e adolescência de pobreza,
sofrimento, incerteza e falta de tantas coisas, existia dentro de mim paz,
alegria e uma vontade louca de viver, eu vivia sonhando acordada escutando músicas
tão incríveis, as mesma me transportavam para lugares jamais sonhados.
E mesmo com tantas dificuldades possível e impossíveis, eu
tive uma adolescência saudável, feliz e me diverti muito com tão pouco, mesmo
hoje, os jovens de hoje não acreditando fomos muito felizes mesmo.
Outro dia o meu neto perguntou, vó e você estudou? Eu rindo
respondi, não, eu nasci velha, feia e gorda, não sei quem estava aqui em casa e
riu muito.
Na verdade é o que alguns jovens pensam, eu digo por mim, eu
fui muito feliz, vivi momentos incríveis, dificilmente alguém me via triste, e
tem mais, eu namorei muito, mas mãe nunca soube se era feliz, ou se sofria por
amor, minha alegria e desilusão eu guardava só comigo, nem com amigos gostava
de dividir.
Hoje os namoros já é na cama e muitos dentro de casa, as
brigas, confusões, mesmo sem querer somos obrigados a ver, e muitas vezes
sofremos junto.
Com o passar dos anos a coisa só piorou, eu particularmente
nem imagino como será o namoro daqui pra frente, antes não existia
compromissos, então namorávamos um, dois, até três, isso num curto espaço de
tempo, e sem estresse, hoje se a moça não quer mais, e termina o relacionamento
por que descobre que seu namorado é um cavalo, ignorante e ciumento, morre.
Engraçado, hoje nem dançar eu sei, mas como já dancei, ok
vivo de lembranças e recordações, algumas pessoas dizem que quem vive de
lembrança é museu, eu penso ao contrário, felizes de nós dos que temos do que
nos lembrar.
Com certeza, mesmo com tantos apertos, falta de diversão e
divertimento, soubemos aproveitar bem a vida, isso mesmo, escutando uma boa
música, indo aos assustados, pulando carnaval e no mais simples dos salões,
nós sabíamos como viver e transmitir nossa alegria, com nossa juventude.
E para os que, como eu vieram de uma cidade do interior do
Norte, nordeste, sul e sudeste, tivemos o mais puro dos sentimentos.
A maioria das pessoas tinha sensibilidade principalmente
os mais velhos, tinha pureza e sabia cultivar uma boa amizade.
Eu posso dizer de coração, fui feliz mesmo com as
dificuldades e os atropelos da vida.
E sempre que escuto músicas antigas, volta tudo a minha
cabeça e coração os meus sonhos voltam, minhas esperança se renovam e sinto
saudades de um tempo que éramos felizes de verdade.
As músicas ao invés de nos botar pra cima nos derruba de tão
ruim que são, alias a maioria só tem refrão, eu fico pensando o que pensa
alguém que escuta essas músicas que se gravam hoje?
Ou são doentes ou o cérebro pifou, tem que ter muito
estomago para escutar esses cantores de hoje, de cem se salva uns cinco, me
desculpe mais essa é minha opinião.
Joana D’arc Nunes de Araújo Alves Ferreira.