COMO
VOCÊ SE VÊ HOJE.
Como foi sua infância, adolescência, e
aos dezoitos anos você já tinha vivido algo de bom, ou não soube aproveitar a
vida porque não te deixaram viver? Por incrível que pareça, essa foi a
realidade de muitos, principalmente nós que nascemos nos anos cinquenta, eu já
escutei cada história de mulheres da minha idade de arrepiar.
Mulheres que viveram reprimidas, muitas
nem o nome sabia escrever, algumas como os pais foram criados na ignorância, sem
estudo, amor e compreensão passaram para os filhos.
Isso é fato, e quando me perguntam ou
dizem com você também foi assim? Comigo não, ai eu conto como vivi, mostro
minhas fotos, elas veem as roupas que eu usava ficam boca-aberta.
E quando eu conto que aos dezessete
anos vim para São Paulo, obvio! Acompanhada, e já sabia ler e escrever, me
perguntam como? Você morando no sertão de Pernambuco, e como eu vivi mais no Sudeste,
as minhas conversas foram mais com mulheres que se criaram no interior de são
Paulo e Paraná.
Enfim conto como eu vim, e como voltei
duas vezes para Pernambuco, mesmo estando morando em São Paulo, eu aproveitei
muito minha juventude, namorei e passeie muito, principalmente em Pernambuco,
fui bailes, dancei muito, as minhas amigas ficam bobas.
Realmente, muitas mulheres que como eu
nascemos numa cidade no interior de Pernambuco, nós fomos privilegiadas, era
uma cidade pequena mais bem movimentada, aonde as festas juninas, carnaval, e
festa m geral era o que mais tinha.
Eu acredito que não só eu, mas as
meninas que nasceram nessa cidade, nós fomos sim felizes, isto é, quem soube
aproveitar a vida.
Engana-se quem imagina que nos anos
setenta não existia as meninas sem juízo, e obvio burras, elas já aprontavam, e
com certeza engravidavam, e como na época dizia; eram faladas, quer dizer caia
nas más línguas. (Fofoqueiras) o importante é você saber como viver, namorar,
beijar sim, mas como dizia minha mãe, beijar é bom, mas nunca deixe homem
passar a mão em você.
Graças a Deus, eu soube aproveitar e
escutei bem a minha mãe, namorei MUITOOOO, Porém com cautela, apesar que era
bem ingênua, e não. Porque aos dezessete anos quando um cara mais velho que eu,
foi atrevido comigo, peguei a mão dele e levei ao portão, por pouco não o machuquei,
o empurrei e gritei some nunca mais me apareça seu infeliz. Isso em São Paulo.
1970.
Obvio! Se desculpou pediu desculpas,
mas de nada adiantou pequei nojo do cara.
Depois voltei a Pernambuco, e na minha
pequena cidade de Itapetim Pernambuco eu aproveitei e me diverti o quanto pude.
Mas graças a Deus, nunca mais me apareceu um capeta daqueles, hoje a mulherada
é quem passa a mão.
Moral da história seja feliz, porém não
precisa viver de mão em mão, se der valor, e entenda em todas as épocas
existiu, o certo e o errado, a fácil e o difícil, só depende de você.