Seguidores

sábado, 17 de junho de 2023

EU E MINHAS TRAVESSURAS.

 

De todos lá em casa, eu fui sempre a mais animada, pra cima, eu sempre tinha uma resposta na ponta da língua, de todas as irmãs, quem mais namorou, primeiro eu, depois Maysa e Laura, eu acredito que era pela minha simpatia, bonita eu não era, mas os cabelos era bonito, tinha uma bundinha  e pernas grossas, mas odiava vestido, só vivia de calça comprida, agora as blusas! Sempre de costa de fora, os cabelos cobriam risos. Eu tinha facilidade para me comunicar e namorar, e isso deixava muita gente com raiva de mim.

Pois é, se alguém dissesse algo que não me agradava a resposta vinha rápido, um certo dia veio um moço visitar uns primos, a vizinha era minha prima por parte de pai, e ele parte da mãe, e como ela era sozinha e solteirona, ele me pediu para ficar com ele e mostrar a praça, o único ponto de encontro dos jovens, quando eu vi o cara levei um susto, o coitado tinha nascido prejudicado, mas parecia um rato grande.

  Então junto com minha prima irmã, e já sabendo da bondade de muitos, pensei vamos sentar aqui nesse banco para ver se não somos vistas, mas a assombração, não satisfeita em só nos assustar, sem contar que quando abria a boca parecia sair bosta da mesma, como ele insistiu muito, lá fomos nós darmos uma volta na praça, meu Deus! Ao passar numa turma de conhecido, um gritou vala, minha nossa senhora, abriram as portas do cemitério, eu pensei; é desaforo, afinal o cara estava comigo, eu respondi; com certeza meu amigo, infelizmente do mesmo buraco que ele saiu, tu viesses primeiro, por que desculpa, você meu amigo, não pode rir dele, você é pior mil vezes, em feiura e olha o teu tamanho ver se enxerga, a turma gritando tá ir besta podia ter dormindo sem essa.

Outra minha, fomos a uma festa no colégio, o mesmo ficava no centro da cidade, quase em frente a nossa casa, e como Socorro adorava me encher a paciência, eu quis dá o troco, eu sabia que ela tinha extraído(arrancado) uma unha, aí vi a figura, parei perto dela e perguntei; tu és feia assim mesmo ou estais no avesso? Pra variar ela estava quase chorando, e ela, bicha nojenta, tu não sabes que tirei essa unha hoje? Pois, não é?  E por que diabo viesse ao baile, Deus queira que apareça alguém e pise forte para arrancar os restos das tuas unhas coisa feia, vai pra casa feiura, para de assustar os outros.

O traste foi, mas uns cinco minutos depois voltou rindo, falou; papai disse que era para você ir embora.

Eu acreditando ser fofoca da bicha, rindo falei, leva e traz, avisa lá que eu não vou, mas ne que ela foi, mas fui prefinir as minhas irmãs, a bicha voltou, e falou, papai disse que é melhor você ir, e eu muito abusada, acreditando ser lorota dela falei; volta lá pau mandado e fala se ele for homem venha me buscar.

E fiquei na varanda do colégio olhando, mas ne que era verdade, fui chamar as minhas irmãs descemos, e fomos ao encontro do papai, bravo e culpando pobre de mãe por tudo eu de bico fechado nem respirava risos.

Mas eu também amava enganar o meu avô, como éramos seis netas, moças e adultas, ele nunca sabia quem era quem, mas Laura era branquinha como eu, e tinha cabelo cumpridos, não tanto quanto os meus, e um dia fui na cidade onde ele tinha outra família, eu era amiga da minha tia mais velha, ele amou por ter entrado na casa da sua outa família,  conversou muito comigo, ele me achava parecida com Fafá de Belém, o rosto, nesse dia ao me despedir dele, acho que deu um branco no coitado, então como Laura trabalhava com ele no cartório, foi falando o que ela deveria fazer quando voltasse a trabalhar, eu perguntei terminou? Sim, então vá para Itapetim e fale pra pessoa certa eu sou Joana Darc, ficou uma arrara, quase teve um ataque de fúria.

Já em Itapetim, em outra ocasião, o encontrei com dois óculos, estava na cara porque, mas a bondade minha falou mais alto, perguntei; e aí Papainho, era assim que ele fazia questão que nós os netos o chamassem, endoidou de vez? Que moda é essa?  Com dois óculos, com maior paciência foi me explicar o obvio, cada um tinha uma lenta. Risos.

Outra do meu avozinho, minha tia ia pro Recife, e bem na hora, ela não encontrava a chave da casa, gritou; corre lá papai e pede o motorista para me esperar, ela imaginou que ele ia pelos os fundos já que tinha outra saída, ao contrário, o pobre velho desorientado, resolveu pular a janela, aconteceu o obvio, se esborrachou no chão quebrando a dentadura, coitado, mal enfiou a bicha na boca, caiu novamente, aí a bicha quebrou em três pedaços, ele a enfiou no bolso e conseguiu fazer com que o motorista esperasse minha tia,  voltou falando fofo, mas parei o ônibus, isso quem nos contou foi uma vizinha fofoqueira que sofria de insônia, e vivia nas portas olhando a vida alheia. Tantas histórias, lembranças, passagens maravilhosas que tivemos, e hoje, feliz de quem está vivo e consegue se lembrar desses momentos inesquecíveis, e que nos fazia rir com tão pouco. Hoje mal vemos gargalhadas verdadeiras, todos no seu mundo, conectados, que quando os amigos se encontram não consegue se comunicar, a não ser através das redes sociais.  Que Deus abençoe cada um de vocês, jovens tente sorrir mais, se divertir, a vida é curta e os jovens de hoje estão morrendo cedo demais, por falta de diálogo, comunicação e principalmente amor entre a família e irmãos.  

 Joana Darc Nunes De Araújo Alves Ferreira.

sexta-feira, 9 de junho de 2023

IRMÃOS PARTE 2


 

Laurizete, (Laura) ela sempre trabalhou, antes no sindicato, e depois foi para o cartório do nosso avô, muito bonita, vaidosa, e muitas vezes metida, nas festas nem chegava perto da gente, namorava muito, mas seu grande amor, o Djaci, ele do Recife, e como o irmão era promotor em nossa cidade, Itapetim Pernambuco, ele veio passar as férias com o irmão e se encantou por Laura, então qualquer feriado prolongado ou férias, estava ele em nossa cidade.

Em agosto de 1974, 1975 a nossa mãe, ela foi ficar com nosso pai em Minas gerais, era onde ele estava trabalhando, então, eu além de tomar conta do dinheiro, das compras, tinha que ser responsável pelos os irmãos mais novos, mas sempre tinha confusão, alguns diziam que eu só comprava roupas para mim risos, era um Deus nos acuda.

O Jorge, esse era terrível, ele nunca aprendeu nem quis falar corretamente, era sem educação para tudo, principalmente para comer, quando ia tomar agua, café ou uma sopa, fazia um barulho mais parecia um porco comendo, e como o namoro de Laura com Djaci durou muito, muitas vezes ele vinha jantar em casa, a nossa situação era um pouco melhor, então uma noite eu fiz uma sopa, e  não é que o Djaci resolveu seguir Jorge na falta de modos, eu já estressada, porque ele já não saia lá de casa, e mesmo durante o dia, e Laura trabalhando, ele não nos dava paz.

Nesse dia eu estourei e gritei com muita raiva; quer dizer que o camarada agora resolveu chupar a sopa? E ao invés de comer como gente normal o senhor resolveu esculhambar de vez, e ele, eu só queria agradar e comer como o Jorge. Que bonito! O senhor está de parabéns, aprendeu muito bem o que não presta, até melhor que seu professor de falta de educação, agora quando voltar para o Recife, a sua mãe faz uma sopa e você faz o mesmo, sua mãe vai querer entender por que a falta de modos, aí você responde, há mãe! Sabe o que é, eu namoro uma menina, e ela tem um irmão que mais parece um porco comendo, e eu aprendi com ele.

 Coisa feia Djaci, por que você não ensina o cavalo aqui comer, era bem mais fácil e bonito.

Depois eu não aquentei e rimos muito, e ele aprendeu a lição, Jorge, mas parecia uma mistura de porco com cavalo, nos fazia tanta raiva e vergonha, quase todo dia a professora vinha trazer o cavalo magro em casa, a coitada quase chorando, mas em respeito a mãe, não expulsaram da escola, o pior, era sempre a mesma professora porque ele nunca passava de ano, até que não aguentando mais a praga, pedi que por caridade para papai o levasse para Minas, logo que ele fez dezoito anos.

Maysa linda, e quando mãe a deixou comigo ela tinha onze anos, então eu além de cuidar dela, levava, ela aonde ia, acho que quando eu voltei para são Paulo ela já estava com uns 14 anos, junto com mãe foram Marcos e Maria Helena, esses além de não ter apelido, era muto amados por serem os casula.

Tereza e Deta casadas, Socorro e Ceia, as duas sempre foram muito unida, principalmente para fazer raiva e me torrar a paciência, para completar o ódio delas por mim, uma prima que sempre nos demos bem, veio ficar um tempo lá em casa, mas como implicavam com essa prima, e botava até nossa avô paterna e tias contra tudo que eu fazia, segundo elas eu sustentava a minha prima de cigarro e roupa, mas obvio! Eu ajudava e comprava algumas coisas para ela, mas com o consentimento de papai, meu pai gostava muito dela, e da sua mãe que eram primos legítimos.

As duas só vivia olhando a vida dos outros, e como não tinha vida, preferia infernizar todo mundo, fazia intrigas e me deixavam doida, risos, mas graças a Deus, 1975 Ceia foi para Brasília, e socorro namorando e trabalhando me um pouco de paz.

Mas a vida com muito irmãos, pouco recursos, e mãe sempre viajando, porque essa não era a primeira vez que mãe ficava uns tempo onde papai estava trabalhando, então a nossa vida jamais teria de ser diferente, ainda assim, mesmo com brigas e confusões, nos entendíamos, e passava horas conversando, sorrindo, doce juventude, e com certeza tivemos bons momentos e hoje boas lembranças, sinto falta de todos até das brigas, eu e Deamo, fomos os únicos que resolvemos viver em outro estado, eu são Paulo, e Deamo Minas. Eu agradeço a Deus por tudo, Deus sempre esteve e está comigo me acompanhando e cuidando de mim e hoje da minha família.

 O Mais importante, nos tornamos filhos e pessoas do bem, nunca decepcionamos nossos pais, papai faleceu com 89 anos, e mãe, viva até hoje, esse ano fará 95 anos, é lucida, conta muita história e ama a vida. Isso a vinte e dois anos numa cadeira de rodas por conta de um AVC.

Joana Darc Nunes de Araújo Alves Ferreira.

sexta-feira, 2 de junho de 2023

IRMÃOS PARTE 1

              

Papai e Mãe, trabalharam muito, e como gostava de fazer filhos, total treze, morreram dois ainda bebê, sobreviveram onze, muita confusão, brigas, cacetadas e risadas.

 No início quando víamos do sitio, isso em outubro de 1968, foi difícil, no início papai alugou uma casa, mas eu, Deamo, socorro e ceia, ficávamos do sitio para cidade por conta dos animais. Ficamos pouco tempo nessa casa.  Uns três meses depois mudamos, a casa dos nosso avós era muito precária, tinha só dois quartos, mas graças a Deus, com sacrifício nossa mãe, aos poucos foi comprando algumas coisas, logo que nos mudamos para cidade, a minha irmã Bernadete veio morar com agente, e como ela trabalhava, comprou um guarda roupa para o quarto de mãe, e duas camas de solteiro para o segundo quarto,  mãe tinha trazido do sitio uma cama com colchão de palha de capim, que coceira  dava o abençoado, os outros colchões eu não lembro do que era,  e como no nosso quarto não cabia guarda roupa além das camas, mãe trouxe do sitio uns baús do tempo do ronco para guardar nossas poucas roupas, mas ai, mãe comprou outro guarda roupa e uma cômoda grande e colocou no corredor, com certeza alguns dos meus irmãos ainda dormiam em redes.

1971, assim que eu voltei de São Paulo, Deta comprou um jogo de sofá usado, quer dizer, além das cadeiras do sitio tinha o sofá, depois Deta junto com mãe comprou mais cadeiras, fogão, mas cozinhávamos mais no fogão de carvão.

 Deta namorando, eu continuava impossível que não deixava ninguém em paz, o namorado de Deta, motorista do estado, e apesar de muito bonito, e a mulherada toda o querendo a escolhida foi minha irmã, mas o cara era caipira que só, ele era de Tabira, e morava na única pensão que tinha em Itapetim, na época se usava muito um pano chamado volta ao mundo, e o camarada só tinha duas camisas, uma azul e outra amarela.

Era eu ver a figura vindo gritava Deta! Hoje é volta ao mundo Azul, dia seguinte minha filha! Corre hoje ele mudou vem com a amarela, o amor venceu, e assim mesmo minha pobre irmã casou com dezenove anos, nos lacando de vez. Ainda em 1971, Ceia arranjou um namorado, e pelo mesmo motivo, duas camisas, Ceia não quis o dito cujo, aí namorou um cara muito branco, mas parecia albino, o mesmo era filho do promotor de Itapetim, essa família não era da nossa cidade, e mais uma vez o pai foi transferido, um mês depois o carinha apaixonado veio visitar ceia.

Foi um Deus nos acuda, ainda bem que eu estava em casa na época, então, lá foi eu a luto na casa das tias ricas, fazer o que? Atrás de algo para fazer um almoço para o infeliz, mãe quase pirando na batatinha, a nossa situação estava periclitante. O Cara de pau feliz por ter sido bem recebido, bucho cheio sem saber a luta que foi, um mês depois me chega à besta fubana.

Porém nesse dia a doce namorada deu a gota, botou pra chorar, ela sempre teve o choro frouxo, e geralmente acontecia quando não queria ajudar nas tarefas de casa, aí deitava, aja chorar e assoar o nariz deixando o quarto encerado de catarro, e quando ela viu a besta fubana chegar, deitou na cama e fez aquele drama.

Ela dizia; eu não quero ver esse bicho, vai lá e fala pra ele que não quero mais namorar ele, eu com o maior prazer fui a linda sala e falei; meu filho surdo acho que você não é, mas não custa repetir, o namoro acabou pode ir embora, porque ela era muito escandalosa, era quase gritando, eu abrir o resto de porta da bela sala e falei xau meu fio, e até nunca mais.

Depois fomos rir, pela cena e de felicidade, porque não tinha comida pro abençoado. Socorro essa teve alguns namorados, mas todos da cidade, um que me divertia muito, o mesmo era hilário, o coitado, falava tão errado que precisava de um dicionário para traduzir as besteiras que ele falava, antes do casório, o namorado e futuro marido de Deta, não sei porque, ele tinha que renovar a carta de motorista, e como os dois eram amigos, o namorado de socorro veio estudar junto.

E toda noite lá vinha a dupla de burros, para Deta com sua santa paciência tomar as lições, uma pergunta para cada, o de socorro dizia progunta (Pergunta) Bernadete essa eu sei, eu rachava de rir. Socorro ficava doida comigo, mas o coitado nunca acertava.

Socorro teve poucos namorados, daí se apaixonou pelo um cara muito bonzinho, eu particularmente gostava muito dele, e apesar de sermos amigos, eu adorava enlouquecer Socorro, ela era terrível, aliás, ela e ceia vivam para me atormentar  então, na véspera do casamento dela, eu resolvi infernizar a noite dela, e muita gente fina que era, dizia, eu como o padre, isso todos deitados, mãe, uma grande amiga e mãe da minha melhor amiga irmã, eu, sendo o padre perguntava; meu filho, você tem certeza que quer casar com essa figura? O cara a olhava como se pela primeira e respondia; seu padre não! O senhor acha que sou doído, e saia correndo da igreja, risadas, choro de socorro, quantas lembranças, mas se a vida que tivemos, com tanto sacrifício, nos faltando tanta coisa, não tivesse tido um pouco de humor, alegria e divertimento, mesmo com deboches, teríamos barrido(Enlouquecido) eu por exemplo, levava tudo na brincadeira, sofria, mas na rua, ria, brincava, contava piada, quem ficava comigo nunca sentia tedio, na verdade, até hoje riu e de mim mesma, não guardo magoa, nunca senti inveja, falava com todos, crianças, velhos e sempre estava disposta ajudar, porque a vida deve ser aproveitada com alegria, risos, meu nome sempre foi, e é felicidade bom humor e alto astral. Continua.

Joana Darc Nunes de Araújo Alves Ferreira.