De
todos lá em casa, eu fui sempre a mais animada, pra cima, eu sempre tinha uma
resposta na ponta da língua, de todas as irmãs, quem mais namorou, primeiro eu, depois Maysa e
Laura, eu acredito que era pela minha simpatia, bonita eu não era, mas os cabelos era bonito, tinha uma bundinha e pernas grossas, mas odiava vestido, só vivia de
calça comprida, agora as blusas! Sempre de costa de fora, os cabelos cobriam
risos. Eu tinha facilidade para me comunicar e namorar, e isso deixava muita
gente com raiva de mim.
Pois
é, se alguém dissesse algo que não me agradava a resposta vinha rápido, um certo
dia veio um moço visitar uns primos, a vizinha era minha prima por parte de
pai, e ele parte da mãe, e como ela era sozinha e solteirona, ele me pediu para
ficar com ele e mostrar a praça, o único ponto de encontro dos jovens, quando
eu vi o cara levei um susto, o coitado tinha nascido prejudicado, mas parecia um
rato grande.
Então
junto com minha prima irmã, e já sabendo da bondade de muitos, pensei vamos
sentar aqui nesse banco para ver se não somos vistas, mas a assombração, não
satisfeita em só nos assustar, sem contar que quando abria a boca parecia sair bosta
da mesma, como ele insistiu muito, lá fomos nós darmos uma volta na praça, meu
Deus! Ao passar numa turma de conhecido, um gritou vala, minha nossa senhora,
abriram as portas do cemitério, eu pensei; é desaforo, afinal o cara estava
comigo, eu respondi; com certeza meu amigo, infelizmente do mesmo buraco que ele
saiu, tu viesses primeiro, por que desculpa, você meu amigo, não pode rir dele,
você é pior mil vezes, em feiura e olha o teu tamanho ver se enxerga, a turma
gritando tá ir besta podia ter dormindo sem essa.
Outra
minha, fomos a uma festa no colégio, o mesmo ficava no centro da cidade, quase em
frente a nossa casa, e como Socorro adorava me encher a paciência, eu quis dá o
troco, eu sabia que ela tinha extraído(arrancado) uma unha, aí vi a figura, parei perto dela
e perguntei; tu és feia assim mesmo ou estais no avesso? Pra variar ela estava
quase chorando, e ela, bicha nojenta, tu não sabes que tirei essa unha hoje? Pois,
não é? E por que diabo viesse ao baile, Deus
queira que apareça alguém e pise forte para arrancar os restos das tuas unhas
coisa feia, vai pra casa feiura, para de assustar os outros.
O
traste foi, mas uns cinco minutos depois voltou rindo, falou; papai disse que
era para você ir embora.
Eu
acreditando ser fofoca da bicha, rindo falei, leva e traz, avisa lá que eu não
vou, mas ne que ela foi, mas fui prefinir as minhas irmãs, a bicha voltou, e
falou, papai disse que é melhor você ir, e eu muito abusada, acreditando ser lorota
dela falei; volta lá pau mandado e fala se ele for homem venha me buscar.
E
fiquei na varanda do colégio olhando, mas ne que era verdade, fui chamar as
minhas irmãs descemos, e fomos ao encontro do papai, bravo e culpando pobre de
mãe por tudo eu de bico fechado nem respirava risos.
Mas
eu também amava enganar o meu avô, como éramos seis netas, moças e adultas, ele
nunca sabia quem era quem, mas Laura era branquinha como eu, e tinha cabelo
cumpridos, não tanto quanto os meus, e um dia fui na cidade onde ele tinha
outra família, eu era amiga da minha tia mais velha, ele amou por ter entrado
na casa da sua outa família, conversou muito
comigo, ele me achava parecida com Fafá de Belém, o rosto, nesse dia ao me
despedir dele, acho que deu um branco no coitado, então como Laura trabalhava
com ele no cartório, foi falando o que ela deveria fazer quando voltasse a
trabalhar, eu perguntei terminou? Sim, então vá para Itapetim e fale pra pessoa
certa eu sou Joana Darc, ficou uma arrara, quase teve um ataque de fúria.
Já
em Itapetim, em outra ocasião, o encontrei com dois óculos, estava na cara
porque, mas a bondade minha falou mais alto, perguntei; e aí Papainho, era
assim que ele fazia questão que nós os netos o chamassem, endoidou de vez? Que
moda é essa? Com dois óculos, com maior
paciência foi me explicar o obvio, cada um tinha uma lenta. Risos.
Outra
do meu avozinho, minha tia ia pro Recife, e bem na hora, ela não encontrava a
chave da casa, gritou; corre lá papai e pede o motorista para me esperar, ela
imaginou que ele ia pelos os fundos já que tinha outra saída, ao contrário, o
pobre velho desorientado, resolveu pular a janela, aconteceu o obvio, se esborrachou
no chão quebrando a dentadura, coitado, mal enfiou a bicha na boca, caiu
novamente, aí a bicha quebrou em três pedaços, ele a enfiou no bolso e
conseguiu fazer com que o motorista esperasse minha tia, voltou falando fofo, mas parei o ônibus, isso
quem nos contou foi uma vizinha fofoqueira que sofria de insônia, e vivia nas
portas olhando a vida alheia. Tantas histórias, lembranças, passagens
maravilhosas que tivemos, e hoje, feliz de quem está vivo e consegue se lembrar
desses momentos inesquecíveis, e que nos fazia rir com tão pouco. Hoje mal
vemos gargalhadas verdadeiras, todos no seu mundo, conectados, que quando os
amigos se encontram não consegue se comunicar, a não ser através das redes
sociais. Que Deus abençoe cada um de
vocês, jovens tente sorrir mais, se divertir, a vida é curta e os jovens de
hoje estão morrendo cedo demais, por falta de diálogo, comunicação e
principalmente amor entre a família e irmãos.
Joana Darc Nunes De Araújo Alves Ferreira.