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sexta-feira, 2 de junho de 2023

IRMÃOS PARTE 1

              

Papai e Mãe, trabalharam muito, e como gostava de fazer filhos, total treze, morreram dois ainda bebê, sobreviveram onze, muita confusão, brigas, cacetadas e risadas.

 No início quando víamos do sitio, isso em outubro de 1968, foi difícil, no início papai alugou uma casa, mas eu, Deamo, socorro e ceia, ficávamos do sitio para cidade por conta dos animais. Ficamos pouco tempo nessa casa.  Uns três meses depois mudamos, a casa dos nosso avós era muito precária, tinha só dois quartos, mas graças a Deus, com sacrifício nossa mãe, aos poucos foi comprando algumas coisas, logo que nos mudamos para cidade, a minha irmã Bernadete veio morar com agente, e como ela trabalhava, comprou um guarda roupa para o quarto de mãe, e duas camas de solteiro para o segundo quarto,  mãe tinha trazido do sitio uma cama com colchão de palha de capim, que coceira  dava o abençoado, os outros colchões eu não lembro do que era,  e como no nosso quarto não cabia guarda roupa além das camas, mãe trouxe do sitio uns baús do tempo do ronco para guardar nossas poucas roupas, mas ai, mãe comprou outro guarda roupa e uma cômoda grande e colocou no corredor, com certeza alguns dos meus irmãos ainda dormiam em redes.

1971, assim que eu voltei de São Paulo, Deta comprou um jogo de sofá usado, quer dizer, além das cadeiras do sitio tinha o sofá, depois Deta junto com mãe comprou mais cadeiras, fogão, mas cozinhávamos mais no fogão de carvão.

 Deta namorando, eu continuava impossível que não deixava ninguém em paz, o namorado de Deta, motorista do estado, e apesar de muito bonito, e a mulherada toda o querendo a escolhida foi minha irmã, mas o cara era caipira que só, ele era de Tabira, e morava na única pensão que tinha em Itapetim, na época se usava muito um pano chamado volta ao mundo, e o camarada só tinha duas camisas, uma azul e outra amarela.

Era eu ver a figura vindo gritava Deta! Hoje é volta ao mundo Azul, dia seguinte minha filha! Corre hoje ele mudou vem com a amarela, o amor venceu, e assim mesmo minha pobre irmã casou com dezenove anos, nos lacando de vez. Ainda em 1971, Ceia arranjou um namorado, e pelo mesmo motivo, duas camisas, Ceia não quis o dito cujo, aí namorou um cara muito branco, mas parecia albino, o mesmo era filho do promotor de Itapetim, essa família não era da nossa cidade, e mais uma vez o pai foi transferido, um mês depois o carinha apaixonado veio visitar ceia.

Foi um Deus nos acuda, ainda bem que eu estava em casa na época, então, lá foi eu a luto na casa das tias ricas, fazer o que? Atrás de algo para fazer um almoço para o infeliz, mãe quase pirando na batatinha, a nossa situação estava periclitante. O Cara de pau feliz por ter sido bem recebido, bucho cheio sem saber a luta que foi, um mês depois me chega à besta fubana.

Porém nesse dia a doce namorada deu a gota, botou pra chorar, ela sempre teve o choro frouxo, e geralmente acontecia quando não queria ajudar nas tarefas de casa, aí deitava, aja chorar e assoar o nariz deixando o quarto encerado de catarro, e quando ela viu a besta fubana chegar, deitou na cama e fez aquele drama.

Ela dizia; eu não quero ver esse bicho, vai lá e fala pra ele que não quero mais namorar ele, eu com o maior prazer fui a linda sala e falei; meu filho surdo acho que você não é, mas não custa repetir, o namoro acabou pode ir embora, porque ela era muito escandalosa, era quase gritando, eu abrir o resto de porta da bela sala e falei xau meu fio, e até nunca mais.

Depois fomos rir, pela cena e de felicidade, porque não tinha comida pro abençoado. Socorro essa teve alguns namorados, mas todos da cidade, um que me divertia muito, o mesmo era hilário, o coitado, falava tão errado que precisava de um dicionário para traduzir as besteiras que ele falava, antes do casório, o namorado e futuro marido de Deta, não sei porque, ele tinha que renovar a carta de motorista, e como os dois eram amigos, o namorado de socorro veio estudar junto.

E toda noite lá vinha a dupla de burros, para Deta com sua santa paciência tomar as lições, uma pergunta para cada, o de socorro dizia progunta (Pergunta) Bernadete essa eu sei, eu rachava de rir. Socorro ficava doida comigo, mas o coitado nunca acertava.

Socorro teve poucos namorados, daí se apaixonou pelo um cara muito bonzinho, eu particularmente gostava muito dele, e apesar de sermos amigos, eu adorava enlouquecer Socorro, ela era terrível, aliás, ela e ceia vivam para me atormentar  então, na véspera do casamento dela, eu resolvi infernizar a noite dela, e muita gente fina que era, dizia, eu como o padre, isso todos deitados, mãe, uma grande amiga e mãe da minha melhor amiga irmã, eu, sendo o padre perguntava; meu filho, você tem certeza que quer casar com essa figura? O cara a olhava como se pela primeira e respondia; seu padre não! O senhor acha que sou doído, e saia correndo da igreja, risadas, choro de socorro, quantas lembranças, mas se a vida que tivemos, com tanto sacrifício, nos faltando tanta coisa, não tivesse tido um pouco de humor, alegria e divertimento, mesmo com deboches, teríamos barrido(Enlouquecido) eu por exemplo, levava tudo na brincadeira, sofria, mas na rua, ria, brincava, contava piada, quem ficava comigo nunca sentia tedio, na verdade, até hoje riu e de mim mesma, não guardo magoa, nunca senti inveja, falava com todos, crianças, velhos e sempre estava disposta ajudar, porque a vida deve ser aproveitada com alegria, risos, meu nome sempre foi, e é felicidade bom humor e alto astral. Continua.

Joana Darc Nunes de Araújo Alves Ferreira.  

6 comentários:

Anônimo disse...

Maravilha! Boas lembranças!

Anônimo disse...

Com certeza.

Anônimo disse...

Que bom Darc estava com saudades já de suas histórias 👏👏👏👏😘😍

Anônimo disse...

Ainda assim terá duas, depois vem novas histórias . obrigada

Anônimo disse...

Que legal Darc! 👏👏👏

Anônimo disse...

Deus abençoe vc Bjs Joana Darc