Papai e Mãe, trabalharam muito, e como
gostava de fazer filhos, total treze, morreram dois ainda bebê, sobreviveram onze,
muita confusão, brigas, cacetadas e risadas.
No
início quando víamos do sitio, isso em outubro de 1968, foi difícil, no início
papai alugou uma casa, mas eu, Deamo, socorro e ceia, ficávamos do sitio para
cidade por conta dos animais. Ficamos pouco tempo nessa casa. Uns três meses depois mudamos, a casa dos nosso
avós era muito precária, tinha só dois quartos, mas graças a Deus, com
sacrifício nossa mãe, aos poucos foi comprando algumas coisas, logo que nos
mudamos para cidade, a minha irmã Bernadete veio morar com agente, e como ela
trabalhava, comprou um guarda roupa para o quarto de mãe, e duas camas de
solteiro para o segundo quarto, mãe
tinha trazido do sitio uma cama com colchão de palha de capim, que coceira dava o abençoado, os outros colchões eu não
lembro do que era, e como no nosso
quarto não cabia guarda roupa além das camas, mãe trouxe do sitio uns baús do
tempo do ronco para guardar nossas poucas roupas, mas ai, mãe comprou outro
guarda roupa e uma cômoda grande e colocou no corredor, com certeza alguns dos
meus irmãos ainda dormiam em redes.
1971, assim que eu voltei de São Paulo,
Deta comprou um jogo de sofá usado, quer dizer, além das cadeiras do sitio tinha
o sofá, depois Deta junto com mãe comprou mais cadeiras, fogão, mas
cozinhávamos mais no fogão de carvão.
Deta namorando, eu continuava impossível que
não deixava ninguém em paz, o namorado de Deta, motorista do estado, e apesar
de muito bonito, e a mulherada toda o querendo a escolhida foi minha irmã, mas o
cara era caipira que só, ele era de Tabira, e morava na única pensão que tinha
em Itapetim, na época se usava muito um pano chamado volta ao mundo, e o
camarada só tinha duas camisas, uma azul e outra amarela.
Era eu ver a figura vindo gritava Deta!
Hoje é volta ao mundo Azul, dia seguinte minha filha! Corre hoje ele mudou vem
com a amarela, o amor venceu, e assim mesmo minha pobre irmã casou com dezenove
anos, nos lacando de vez. Ainda em 1971, Ceia arranjou um namorado, e pelo
mesmo motivo, duas camisas, Ceia não quis o dito cujo, aí namorou um cara muito
branco, mas parecia albino, o mesmo era filho do promotor de Itapetim, essa
família não era da nossa cidade, e mais uma vez o pai foi transferido, um mês
depois o carinha apaixonado veio visitar ceia.
Foi um Deus nos acuda, ainda bem que eu
estava em casa na época, então, lá foi eu a luto na casa das tias ricas, fazer
o que? Atrás de algo para fazer um almoço para o infeliz, mãe quase pirando na
batatinha, a nossa situação estava periclitante. O Cara de pau feliz por ter
sido bem recebido, bucho cheio sem saber a luta que foi, um mês depois me chega
à besta fubana.
Porém nesse dia a doce namorada deu a
gota, botou pra chorar, ela sempre teve o choro frouxo, e geralmente acontecia
quando não queria ajudar nas tarefas de casa, aí deitava, aja chorar e assoar o
nariz deixando o quarto encerado de catarro, e quando ela viu a besta fubana chegar,
deitou na cama e fez aquele drama.
Ela dizia; eu não quero ver esse bicho,
vai lá e fala pra ele que não quero mais namorar ele, eu com o maior prazer fui
a linda sala e falei; meu filho surdo acho que você não é, mas não custa
repetir, o namoro acabou pode ir embora, porque ela era muito escandalosa, era quase
gritando, eu abrir o resto de porta da bela sala e falei xau meu fio, e até
nunca mais.
Depois fomos rir, pela cena e de
felicidade, porque não tinha comida pro abençoado. Socorro essa teve alguns
namorados, mas todos da cidade, um que me divertia muito, o mesmo era hilário, o
coitado, falava tão errado que precisava de um dicionário para traduzir as
besteiras que ele falava, antes do casório, o namorado e futuro marido de Deta,
não sei porque, ele tinha que renovar a carta de motorista, e como os dois eram
amigos, o namorado de socorro veio estudar junto.
E toda noite lá vinha a dupla de burros,
para Deta com sua santa paciência tomar as lições, uma pergunta para cada, o de
socorro dizia progunta (Pergunta) Bernadete essa eu sei, eu rachava de rir.
Socorro ficava doida comigo, mas o coitado nunca acertava.
Socorro teve poucos namorados, daí se
apaixonou pelo um cara muito bonzinho, eu particularmente gostava muito dele, e
apesar de sermos amigos, eu adorava enlouquecer Socorro, ela era terrível,
aliás, ela e ceia vivam para me atormentar então, na véspera do casamento dela, eu
resolvi infernizar a noite dela, e muita gente fina que era, dizia, eu como o
padre, isso todos deitados, mãe, uma grande amiga e mãe da minha melhor amiga
irmã, eu, sendo o padre perguntava; meu filho, você tem certeza que quer casar
com essa figura? O cara a olhava como se pela primeira e respondia; seu padre não!
O senhor acha que sou doído, e saia correndo da igreja, risadas, choro de
socorro, quantas lembranças, mas se a vida que tivemos, com tanto sacrifício,
nos faltando tanta coisa, não tivesse tido um pouco de humor, alegria e
divertimento, mesmo com deboches, teríamos barrido(Enlouquecido) eu por exemplo,
levava tudo na brincadeira, sofria, mas na rua, ria, brincava, contava piada,
quem ficava comigo nunca sentia tedio, na verdade, até hoje riu e de mim mesma,
não guardo magoa, nunca senti inveja, falava com todos, crianças, velhos e
sempre estava disposta ajudar, porque a vida deve ser aproveitada com alegria,
risos, meu nome sempre foi, e é felicidade bom humor e alto astral. Continua.
6 comentários:
Maravilha! Boas lembranças!
Com certeza.
Que bom Darc estava com saudades já de suas histórias 👏👏👏👏😘😍
Ainda assim terá duas, depois vem novas histórias . obrigada
Que legal Darc! 👏👏👏
Deus abençoe vc Bjs Joana Darc
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