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sábado, 30 de março de 2024

MINHAS LEMBRANÇAS.

 

Eu sempre falo, se tem algo que amo de verdade é escrever, eu gosto de contar como eu vivi, claro! Nem eu consigo entender como vivemos e fomos criados, era tantas dificuldades, pobreza e problemas que fica difícil acreditar como ainda assim éramos animados, nos faltava até o essencial, eu pelo um menos fui feliz, naquela época além de comermos muito mal, andávamos quase pelados, a nossa sorte era uma tia, ela não era rica, mas tinha uma situação bem melhor que a nossa e como tinha três filhas e criava mais duas, sempre nos dava as roupas usadas, mãe como boa costureira reformava as que não nos servia, era que algumas das filhas eram bem mais velha que a gente.

 Mãe por ignorância, ingenuidade ou falta de ter com quem conversar, a minha mãe tinha um filho atrás do outro, ao todo treze filhos, graças a Deus pensaram e mandaram as duas filhas mais velhas para estudar na pequena cidade de Itapetim na casa da minha avó paterna, então sobrou tudo para mim e com uns sete anos, eu já ajudava minha mãe com os irmãos menores, com nove anos eu abastecia a casa de agua seja dos açudes ou tanques, isso com uma lata de dez litro na cabeça, depois ia lavar toda a roupa de casa, sempre gostei de limpeza e como muitos de nós fazia xixi nas redes com medo de ir no terreiro (quintal) é porque o banheiro era o mato, e mesmo existindo pinico, e o medo de descer da rede no escuro, então preferíamos fazer ali mesmo nas redes e passar a noite se lascando no frio e fedor.

No outro dia sobrava pra mim a mais velha, sinceramente nossa vida foi como viver dentro de um pesadelo sem fim e mesmo quando eu com dezesseis anos, a  minha mãe com todos nós, tendo nos mudado para cidade o sofrimento não diminuiu, dia sim de não, eu tinha que ir pro sitio cuidar de alguns animais, para nós nada mudou a pobreza nos acompanhou, apesar de logo meu pais comprar a casa dos meus avós maternos que ficava no centro da cidade, a casa era de doer, janelas e porta da frente todas cheias de flechas, o bom era que nem precisávamos abrir as portas já víamos de tudo.

Aliás, nem chave tinha, graças a Deus vimemos numa época que não existia assalto, nem estuprador e se algum desses entrasse, o primeiro teria tanto dó que passava a roubar rico para nos ajudar, já o estuprador, morria na pancada era muita gente na casa, risos.

Graças a Deus, só não passamos fome, mas que nos faltava muita coisa como nos faltava, só por Deus, roupas era um fracasso, a minha sorte é que um ano depois que havia mudado pra cidade, rumei destino a são Paulo.

Vivi uma grade aventura, mas jovem, louca apesar de tendo tudo com minha tia em Guarulhos São Paulo quis voltar, mas só aguentei dez meses, daí voltei para são Paulo, dei a gota um ano e quatro meses depois eu voltei pro sofrimento, mas graças a Deus foi bom, eu vivi momentos incríveis, três anos depois retornei a Guarulhos são Paulo e nunca mais voltei, vou só a passeio. Hoje graças a Deus, todos os irmãos casados, só eu e meu irmão Erasmo, nós resolvemos nos mudarmos pro Sudeste, os outros nove, eles ficaram no Nordeste Pernambuco, são todos bem resolvidos.  

Mas se você me perguntar, mas você é feliz? Eu respondo, a felicidade quem faz é você, sendo agradecida, sabendo viver e entender que nada é para sempre e que a vida e feita de bons momentos, portanto temos que viver e aproveitar a vida com boas ações, bons pensamentos e muita sabedoria e se poder ajudar ajude sempre, jamais aja de má fé.

Eu penso assim, se alguém me faz mal, ou faz algo que eu sei que ele ou (ela) está errada e está tentando tirar vantagem da minha pessoa, não pense que sou burra ou ingênua, simplesmente eu acredito na lei do retorno, aqui se faz, aqui se paga com certeza um dia a conta vem.

 Joana Darc Nunes de Araújo Alves Ferreira

2 comentários:

Rosemeire disse...

Amo suas histórias ❣️
Você sempre foi muito guerreira.
Uma abençoada Páscoa pra você e toda sua família!

Anônimo disse...

Obrigada, pena n da pra escrever o nome, mas valeu.