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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

ROUPAS LAVADAS AO RELENTO


            


Alguém postou um vídeo de umas senhoras lavando roupas no rio e colocando para quarar, quer dizer ficar de molho, esse vídeo me veio à cabeça quando a minha vida e de muitos era assim, além de colocar água para encher os potes na cabeça, lavávamos as roupas em açudes, lagoas ou barragens.
Para quem morava no sitio a situação não era tão humilhante, mas os que já moravam em pequenas cidades sofriam, as mocinhas de noite princesas e de manha gata borralheira, fazia uma touca nos cabelos com friso (grampos) vestia o seu pior traje e lá ia à luta, morrendo de vergonha por que muitas tinham que passar no centro da cidade risos.
No sitio eu adorava e quanto mais longe o rio melhor era, por que nossa mãe mandava, quando ela não ia junto também, batata doce, toucinho feito uma farofa e de sobremesa rapadura.
Em minha opinião era a melhor hora, a hora que botávamos a roupa para coará e íamos merendar.
Na cidade a coisa mudou de figura, tínhamos que nos levantar cedo, tudo para pegarmos o melhor lugar e voltar o mais rápido possível, enquanto a cidade ainda dormia. Sabem por quê? Medo de encontrar nossas paqueras.
Tínhamos um vidão de dar inveja, a vida não era bolinho não, portanto quando os jovens reclamavam era por uma causa justa, hoje hum reclama-se de tudo e de barriga cheia.
Ainda assim sinto muitas saudades de tudo, das nossas brincadeiras, rizadas, alegria, paqueras, o medo de está fazendo algo errado só de pegar na mão e beijar um namorado.
Do namoro inocente, das intrigas, dos assustados na casa de amigos (Festinhas) das roupas simples, dos grampos para alisarmos os cabelos ou dos bobes para fazer cachos nos cabelos, da calça Us-top, do chinelo havaiano, de ficar na rua ate altas horas sem medo de assalto, de voltar do baile e ir a padaria comprar pão quentinho e ficar comentando o baile e as paqueras, enfim foram tempos difíceis mais maravilhosos, que quem tem memoria jamais esquece.

Joana D'arc Nunes de Araújo Alves Ferreira.

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