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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

O QUE MUDOU EM VOCÊ?




Com o passar dos anos o que mudou na sua vida? Comigo muitas coisas aconteceram, mas o que mudou mesmo foi a minha saúde: eu sempre fui elétrica, amava o perigo e nunca me cansava, ao contrário, quando mais fazia me sentia viva e feliz.

 Eu lembro-me que além de ajudar em casa com os meus irmãos menores, eu era a responsável por colocar água em casa e lavar as roupas nos tanques ou açudes, isso eu com uma lata de dez litros, a qual eu mesma colocava na cabeça e com apenas nove anos de idade, todos os dias eram no máximo dez latas d'água.

E como eu amava fazer favores, jamais me neguei ajudar, e todos os dias logo após terminar meus afazeres de casa, em seguida ia colocar água na casa de uma senhora que era uma vó para mim, isso no sitio onde morávamos.

Jamais esqueço, as amigas da minha mãe costumava dizer: Mariquinha, quando essa menina estiver com cinquenta anos de idade ela não anda mais.

Eu ria e falava: com cinquenta anos estarei velha e morta. Hoje, com sessenta e seis anos estou eu aqui viva, sem saúde e querendo viver, apesar das dores.

De certa forma as profecias das amigas da minha mãe se concretizaram e eu acabei com minha saúde, vivo com dores dia e noite, ainda assim, eu me sinto bem por que ando e consigo fazer minhas tarefas de casa.

Eu sei! Estraguei minha saúde, muitas vezes por necessidade, mas outras por imprudência, além de fazer as tarefas de casa, amava ficar horas tomando sol deitada na pedra quente, depois pulava na água fria; com isso vivia com, principalmente o nariz que mais parecia de um palhaço.

 Eu tenho certeza, a mais prejudicada foi a minha coluna, pois quando eu estava em fase de crescimento peguei muito peso, eu não sabia andar devagar, vivia correndo e desafiando o perigo em todos os sentidos e como montava muito bem não conseguia andar normal, eu queria como se diz hoje, adrenalina e galopava feito uma maluca, eu acredito que só não morri por que Deus ama crianças inocentes.

Tinha algo que desde pequena eu escutava os mais velhos dizerem, na verdade eu achava um absurdo. Era o seguinte, os antigos diziam, quando morre uma criança na casa, os pais nunca devem por o mesmo nome em outra, o mesmo atraí coisas ruins, tipo a criança morrer ou ser muito doente, porém fizerem bem pior, no nosso caso foram três antes de mim.

Na verdade o meu avô quem costumava ajudar nas escolhas dos nossos nomes, o meu, então! Foi uma comédia, o meu avô por duas vezes colocou o nome, Joana D'arc nas suas primeiras filhas, porém as bonitinhas foram para o beleleu.

 Então quando papai teve a segunda filha, meu avô pediu para pôr Joana D'arc, ela também bateu as botas.

 E quando eu nasci; mais uma vez, Joana D'arc, eu sobrevivi, mas toda doença que era para vir para as engraçadinhas, foi pra quem? Eu a besta que escreve esse texto.

Gente eu durmo e acordo com dores, tenho ate vergonha de contar meu drama mais como eu sou forte e tenho muita fé em Deus, vivo feliz, rindo e agradecendo a papai do céu por estar viva, apesar dos pesares.

Bom, essa é parte da minha história de vida, mas nada eu mudaria, quer dizer eu mudaria sim, teria estudado mais, foram tantas oportunidades e chances que desperdicei que só Deus e eu sabemos.

 Por isso peço: jovens aproveitem todas as chances que Deus e a vida lhe der. Cuide da sua saúde e do seu futuro.



Joana D'arc N. Araújo A. Ferreira


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