Além de todo esse
aperto que passávamos, as casas eram muito pequena, e até hoje eu me pergunto
como conseguíamos viver em casas tão pequena com tantas crianças.
E os moveis? Não
tínhamos, lembro-me de uma mesa com banquinhos na cozinha, uma máquina de moer
milho, um armário feito de tabua, e tijolos para escorar as madeira, o fogão a
lenha e alguns potes.
Na outra sala uma
mesa com tamboretes, potes e mais nada, o quarto da minha mãe uma cama de casal
com coxão de capim e malas feito baú, para guardar nossas imensas roupas.
As redes ficavam
penduradas nos ganchos e a noite era redes por todo lado, outro quartinho que
mal cabia uma caminha e uma mala, e a noite duas redes.
E ainda tinha outra
sala com uma máquina de costurar manual, onde minha mãe fazia nossa roupas, e alguns tamboretes, e isso era na maioria das casas no sitio.
Lembro-me que
andávamos horas para encontrar gravetos para cozinhar no fogão a lenha, lenha
mesmo era difícil encontrar o banheiro ao relento, e como no sul faziam, no
Nordeste dificilmente faziam, me refiro aos chuveiros em lata, para puxar com
cordinhas, e sabe por que?
Porque no Nordeste
sempre teve essa escassez de água, então o jeito era guardar água num pote fora
da casa, e depois usar a bacia e a caneca.
Mais ainda assim,
andávamos limpos e de dentes escovados mesmo que muitas vezes com pó de juá,
lavar roupas, as vezes andávamos horas para conseguir água, isso no sitio, já
na cidade tinha uma grande barragem, mais também não era fácil, e para quem não
podia pagar o carroceiro, tinha que levantar muito cedo para encher os potes e
depois voltar e lavar as roupas, que foi o nosso caso.
Pois é minha gente, e
mesmo a vida de todos nós tendo mudado, o mundo e as pessoas continuam do mesmo
jeito, gente egoístas, safadas, desonestas, e uns querendo sempre, se achar o
melhor.
Hoje acho que não
existe um pobre que não tenha televisão, e carro? A maioria tem, e nem assim o
mundo mudou.
As pessoas são mais
revoltadas, os jovens por qual quer motivo já entra em depressão, e alguns
resolvem ir mais além, e, para extravasar usam todos tipos de drogas.
E você, coitado! Tem
medo de abrir o seu portão para qual quer um, as vezes você sai na frente da
sua casa para varrer sua calçada e vem um grupinho de jovem, e você morre de
medo, isso por que eles fumam e se drogam na rua mesmo.
E mesmo com tantos
divertimentos e acessos a tantos meios de comunicações, os jovens não são
felizes, e procuram sempre algo pior para infernizar a vida dos pais, e da
população em geral.
E os políticos, os
nossos governantes, os poderosos que lutam para se eleger, sempre nos
prometendo mundo e fundos, esses são os mais safados, e nada faz para manter
nossa segurança e dignidade, com saúde, moradia e emprego, ao contrário, como
sempre, roubam, maltrata e pisam em tudo e em todos, e estão sempre procurando
uma forma para enganar mais e mais.
Joana D’arc Nunes de Araújo Alves Ferreira
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