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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

 

 SETE DECADAS. CONTINUAÇAO

Todos nós sabemos que o preconceito sempre existiu e não só com a cor da pele, ainda mais com a pobreza e os mais humildes, eu não sei porque carga d’água, sempre existiu esse sentimento tão mesquinho, os que tinha o nariz em pé, talvez tivessem uma vida igual a nossa, mas o povo sempre foi assim, porém, como já contei, eu só fiquei um ano na cidade de Itapetim Pernambuco passando vergonha, cabisbaixo, mesmo acreditando que ninguém era melhor.

 Pra mim melhorou, quando fiquei um ano e quatro meses em são Paulo, voltei bem mais segura e dona de mim, comigo a lei era, bateu levou, não ligava pra mim eu fazia pior, foi dessa maneira que mesmo morando no centro da cidade e na casa mais feia sobrevivi; passei a fazer tudo que minhas irmãs não queriam fazer, como ir à padaria, mercado, enfim, não olhava pra ninguém, queriam ser melhores que eu? Então lá vamos nós, mas aí a coisa melhorou quando voltei pra são Paulo e voltei um ano e quatro meses novamente, daí eu fui viver do jeito que teria que ser, como todos os jovens, rindo, feliz, aprontado e sempre com uma resposta na ponta da língua, até hoje é assim, quanto mais você deixa mais algumas pessoas montam.

            Agora eu escolhia minhas amizades, não gostou? Dane-se, sabiam que eu era invejada? Quando eu arranjava namorado, algumas moçoilas iam tentar convencer meus pretendentes que eu era muita namoradeira, depois os caras me contavam risos. As vezes até quem eu imaginava ser amiga faziam boicote comigo.

      Essa é a vida até hoje, o mundo é dos mais fortes, apesar que na nossa época tinha mais discrição, mas graças a Deus, tinha quer ser, em 1976 eu vim embora de vez de Itapetim sertão de Pernambuco, isso com vinte e três anos, apesar de não saber o que queria, uma coisa eu sempre tive certeza, eu não queria viver naquela cidade para sempre, os melhores anos e de muitos jovens que sabem viver, é de dezessete anos até vinte e três anos.

      De coração; eu vivi meus melhores anos naquela cidade encantadora chamada Itapetim Pernambuco, apesar dos prós e contras, eu tive momento maravilhosos e inesquecíveis, quisera Deus, existisse mais pessoas da minha idade, que elas tivessem tido a chance de viver intensamente como eu vivi e hoje não ter arrependimentos, melhor ainda ter memória boa e lembrar.

Eu sinto muita pena, vejo pessoas da minha idade tão amargurada, revoltada e segundo algumas nunca souberam o significado da palavra felicidade, divertimento e o que foi viver intensamente, pode ser bobagem as lembranças e o que escrevo, mas eu me sinto bem escrevendo e sabendo que tive uma vida e hoje posso dizer a quem quiser ler minhas histórias, eu fui feliz.

Não existe nada mais gostoso que você escutar uma música e dizer; nessa época eu estava em tal lugar, ou namorando alguém, num baile, mas ter certeza que foi feliz e ter do que lembrar, agora se você que não tem memória nem boas lembranças com certeza você não viveu, foi o mesmo que beber, ou se drogar e passar pela vida como um verdadeiro zumbi, portanto não sinta vergonha de escrever e falar do passado, deixem te chamar de museu, de saudosista, esqueça os outros e saiba que você viveu e ainda está aqui contando suas histórias de vida, não se envergonhe, quem não lembra de nada é porque não teve vida, ou não viveu nada.

Joana darc n Araújo A Ferreira

sábado, 25 de outubro de 2025

 

SETE DECADAS (continuação)

      Nós éramos em onze irmãos, a casa pequena pra tanta gente, no sitio quem via? Mas ali na cidade como sempre tínhamos que dormir em redes, até na sala, já que só existia dois quartos, no quarto da nossa mãe, cama de casal um guarda roupa e três redes para os menores, Deus ajudou e mãe comprou três cama usadas, uma de casal e duas de solteiro com colchão de capim, dormimos quatro, os meninos na sala, minha irmã mais velha continuou morando com nossa vó paterna.

      Nosso quarto mal cabia as camas e dois baús velhos da idade da pedra para guardar nossos poucos pertences, aos poucos mãe foi organizando, comprou outro guarda roupa, só jesus na causa, esse ficou no corredor, depois mãe comprou um móvel que era usado também para por nossas coisas.

      O pior era que o povo do sitio, dia de feira ficava lá em casa, era uma visão dos deuses, para não falar ao contrário risos, e como tomavam água e cagavam risos, como no sitio, na rua, nós tínhamos que botar água na cabeça chata, morrendo de vergonha de passar na rua, então muitas vezes acordávamos cinco horas da manhã para encher os potes, a água era pra tomar banho, inclusive dar descarga, pra cozinhar e beber mãe tinha que comprar  é gente, nós tínhamos banheiro, vocês tinham que ver, coitados de nós, tínhamos  que ficar de cócoras para fazer o número um e dois, limpar? Com Jornal ou papel de pão, graças a Deus nos livramos do sabugo ou folha de mato, risos, então pra evitar o desespero tive que ser drástica, encontrei uma porta jogada atrás de casa, eu amarrei e escrevi na porta da latrina, EMTUPIDO, mas não tinha sossego, dia de feira era uma comedia, quando alguém queria cagar, eu gritava não sabe ler? Está entupido. E como bebia água, nós tínhamos um filtro sim, mas dia de feira não enchia, um dia enchi, estávamos na praça que ficava de fronte a nossa casa, paquerando, rindo toda feliz, um amigo do sitio se ajoelhou e gritava aleluia irmão, venha, Joana Darc, Socorro, Ceia e algumas amigas que estava com agente, coram é milagre, nos assustamos, eu perguntei o que foi Ademar? Se ajoelhe minhas filhas, o que aconteceu praga? Filha pela primeira na vida encontrei o filtro cheio.

Eu não sabia se ria, ou se o matava, respondi, foi por puro esquecimento animal, vocês parecem que só tomam água quando vem na feira.

      Com tudo agente ria, até da nossa própria falta de tudo, hoje me lembrando acho engraçado, mas foi bem sofrido, se no sitio era ruim, na cidade sofremos mais, no sitio tinha as frutas, agora era tudo mais difícil, apesar que sempre íamos ao sitio buscar algo, e, papai deixou alguém tomando conta de tudo no sitio e nos trazia algo.

Papai sempre trabalhou em outros estados para nos manter, o foco dele era nosso estudo, papai foi um homem batalhador, esforçado que fazia das tripas coração para não nos faltar nada, mãe essa, qualquer pano fazia uma roupa pra gente, então Deus vendo os esforços dos dois, fomos sobrevivendo, depois Deus, foi preparando e minhas irmãs mais velhas, elas foram trabalhando e ajudando a nos manter, graças a Deus, todos  nós, hoje  mesmo com as lutas e atribulações, somos pessoas de bem e graças a Deus e aos nosso pais.

Joana Darc N Araújo Alves Ferreira.

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

 

      SÉTE DECADAS.

Algum de vocês que já passaram dos setenta anos, lembra de como foi e como viveu cada década da sua existência, tem alguma lembrança de como foi sua vida, sua luta e da sua família? Por incrível que pareça eu me lembro, ok não antes dos seis anos, mas tem muitas coisas que me lembro muito bem, exemplo; a pobreza era grande, mas quem se incomodava com isso, pra gente era normal, lembro que até uns seis anos, a minha roupa era só calcinha e pé no chão, com uns sete anos, já nos vestíamos risos, como minha mãe tinha uma irmã que tinha uma vida melhor e suas filhas eram mais velhas, ela dava as roupas que já não servia e nossa mãe muito antenada e prendada, ela tinha aquela máquina de pé do tempo do ronco e ela mesma reformava e fazia nossas roupas.

Nossa infância, foi difícil, foi, mas contávamos com nossa inocência, ingenuidade e simplicidade, onde nós mesmo inventávamos nossas brincadeiras, sabe como? No sitio tinha muita pedra, então com as folhas do coqueiro, usávamos inclusive onde ficava os cocos, dava até pra pular, então fazíamos escorregador, não vou dizer que não era perigoso, mas era gostoso, fazíamos pernas de pau com bambu, nós colocávamos um pau, furávamos uma madeira no meio e fazia balanço, uma criança de cada lado, enfim aproveitamos como podíamos, agora loucura era os banhos em rios correntes e cachoeiras era bem perigoso.

Pois é, nem nos meus sonhos eu imaginava o que existiria, ou viria quando eu fizesse doze anos, foi quando comecei ir para a pequena cidade de Itapetim Pernambuco, agora a melhor festa, foi com treze anos, na inauguração da luz elétrica na cidade, para mim foi o melhor presente, lembro até hoje do meu vestido, tubinho, feito de um pano chamado pele de ovo, ai vieram  as festas do padroeiro, são Pedro, era como viver um sonho, e, quando pela primeira vez fui ver um baile de carnaval no pequeno salão naquela cidade, nessa época eu já estudava na cidade, indo e vindo do sitio todos os dias, aos catorze anos já passava até três dias na casa da minha avó materna.

Teve algo inesquecível nunca esqueci, na festa de são Pedro eu andando com uma amiga do sitio, a coitada acho que era seu primeiro sutiã, um cara olhou bem pertinho e falou ó bicho bicudo, eu nunca ri tanto na vida.

Outra coisa, como sempre, a água no sertão pernambucano era escassa, então pra não sujar, nem quebrar o chinelo havaiana, íamos descalço para cidade e na minha vó paterna, toda vez era uma guerra quando eu ia lavar os pobres pês.

Nossa vida era sofrida já que éramos adolescentes, e, na cidade já víamos a diferença, as mocinhas da cidade nos olhavam de cima pra baixo, porque sempre existiu orgulho e óbvio o desprezo com a pobreza, no sitio não víamos a diferença, agora quando com dezesseis anos nos mudamos para bela cidade, foi que fui ver o quanto o povo do mundo era cheio de injustiça e maldade.

Joana Darc N Araújo a Ferreira    

sábado, 18 de outubro de 2025

            INGRATIDAO.

O que essa gente quer? Quanto mais tem, mas quer, nunca se satisfaz com nada, reclama da chuva, do calor, se acorda cedo para trabalhar, se não tem emprego, o que querem é reclamar.

Imagina quem nasceu no início do século vinte, como meus bisavós, avós e pais, eu nem imagino como conseguiram estudar, ter uma vida normal com tanto sacrifício, depois viemos nós os filhos, não tínhamos nada, não existia luxo, até a moradia e a comida era com muita luta, trabalho, força de vontade e fé.

      Mais ainda assim, existia amor, respeito aos pais, os mais velhos, tolerância, fé e otimismo, eu não lembro de ver tanto ódio e revolta, vivíamos meios isolados, sem expectativas ou sonhos, mas se via respeito com a natureza e aos animais, eu particularmente, não sabia o que existia além do sitio em que nascemos e fomos criados, vivíamos um dia atrás do outro, eu não sei como nossos pais se sentiam, hoje é tanta revolta, pessoas se destruindo seja com a drogas, ou com a má vontade de viver e lutar, vivemos num mundo onde não existe respeito e dialogo em geral, não gostou mata, espanca, seja um estranho, família etc. Hoje o casamento acabou, ambos os sexo, mesmo tendo emprego, moradia e uma vida estável não é feliz, e, por motivos banais, são tantas brigas com ofensas sem sentido, que dificilmente um casamento dura mais de quinze anos, eu não sei o que essa geração pensa, não existe o perfeito, muitos estra numa relação parece até, que é para mostrar aos outros que casou, mas nunca com o coração e amando de verdade, qualquer obstáculo já quer desistir, meus amores saiba que uma vida a dois não é fácil, mas se Deus permitiu  essa encontro e união, não destruía sua vida e da sua família, acreditando que em outro relacionamento será diferente, o perfeito e o certo está dentro de cada um, se você não se ama nem se respeita, jamais terá paz ou felicidade,  pense com o coração antes de resolver se unir a alguém.

      Eu não consigo entender porque tanto ódio e amargura, sempre existiu e vai existir brigas, ciúmes em famílias, mas infelizmente cada dia está piorando mais, e quando morre alguém que deixou uma simples casa como herança, a desavença é grande, muitos até mata por nada, agora quando o assunto é muito dinheiro, a coisa só piora, coitado do rico, vem à tona até seus mais íntimos segredos.

      Muita gente acredita que estamos no fim dos tempos, estamos sim, a humanidade mesmo está se destruindo com seu ódio, rancor e falta de Deus na sua vida e coração, quem, hoje respeita ou deseja o bem uns para o outro? Do mais pobre ao mais rico, é tanta arrogância, ganância, soberba e egoísmo que hoje a palavra amor solidariedade e tolerância, é zero.

            Joana Darc N Araújo A Ferreira

sábado, 11 de outubro de 2025

 

 

SERÁ QUE O MUNDO TEM JEITO?

     

      E muito triste de ver um mundo tão bonito, com tantos encantos naturais, infelizmente o homem com seu egoísmo e maldade, resolveu destruir tudo, segundo eles pensando no progresso, cada ano que passa vemos um mundo mais preto e branco.

      No início, quero dizer quando nossos bisavós nasceram, com certeza era muita luta, ignorância e falta de informação, nem assim havia tanta destruição, porém com o passar dos anos, não se sabe o que aconteceu com o ser humano, eles se achando mais inteligentes que Deus, o nosso criador resolveram mudar o percurso de tudo, onde existia rios numa pequena cidade, para ganhar muito dinheiro, transformou tudo que não podia, foram construindo moradias, em qualquer lugar sem respeitar a natureza, então o que vemos hoje é gente morrendo, seja por enchentes, desabamentos por conta de moradias inadequadas, feito sem nenhuma responsabilidade por conta da ganância do homem.

O pior ainda está por vim, cada dia os deuses da terra inventam mais tecnologia, como se não bastasse os desastres naturais, o homem ao invés de encontrar a cura para algumas doenças como o câncer e o diabetes, perdão mais não se acham Deus? Como não encontraram ainda a solução?  E uma maneira de acabar com as drogas em geral, os viciados estão tomando conta do mundo, pior os cabeças, esses estão se multiplicando igual praga, como se não bastasse a destruição da natureza o ser humano está vivendo sem rumo, muitos passa pela vida como zumbis, pior é matando, roubando, destruindo e se destruindo, hoje os jovens, muitos não chega a vinte anos, não existe mais respeito, amor a vida.

Eu não sei porque ainda existe orgulho, pessoas se achando melhores um que o outro e vivendo com tanta soberba, ódio, julgando, querendo mais e mais, ao invés de acreditar que Deus é único e que só papai do céu sabe, ver e pode nos mostrar o caminho, não, muitos se acham o próprio Deus.  

E muito triste ver um mundo com tantos erros, mortais se achando Deus, cada dia destruindo mais nosso planeta, pra terminar, são tantas as religiões e alguns seguidores se achando salvo, mesmo tendo a língua afiada, tendo vivido uma vida fazendo tudo errado e hoje servo de Deus, mas está salvo, mas uma vez, Deus, só ele sabe de cada um de nós.

 Eu vejo, graças a Deus não convivo, Deus me poupou dessa dor, mas vejo amigos dos meus filhos vivendo como verdadeiros mortos vivos, eu não sei qual pior droga, porém o álcool foi o primeiro, dai todo tipo, a cada dia surge mais uma para destruição da humanidade, homens velhos, que Deus lhe permitiu vir ao mundo, infelizmente passam pela vida sem nada ver, as vezes até fazem família, e no meu meio do caminho acaba com tudo, por incrível que parece acham companheiras(os) que são usuário e ainda se juntam para construir famílias e pagar o pato, as crianças, já nasce no meio da desgraça  e do vício.

 Joana Darc N De Araújo Alves Ferreira

domingo, 5 de outubro de 2025

 E NOJENTO.

Eu sei, sou repetitiva, mas é que não tem como ver, ouvir e ficar calada, exemplo; essa gente em pleno século vinte um, seguir, correr atrás e falar sobre artistas, muitos falidos, não me refiro ao dinheiro, alguns já morreram e esqueceram de enterrar, porém é um ex famoso, seja cantor, atriz, ou ator aparecer em um lugar público, que o povo corre atrás para ver e tirar fotos, muitos dos falidos, eles se recusam tirar selfie, imagina  falar, ou ouvir um fã abestalhado.

Bem feito, nem quando era febre, novidade, eu me prestaria a correr atrás de alguém só por ser famoso, imagina nos dias de hoje, por isso o mundo fede tanto, não vou dizer que não exista artistas bons, educados e que realmente sabe atuar ou cantar, mas não a ponto de um ser humano normal, correr atrás de alguém que faz, xixi, cocô e fede, é como se esse ser fosse um Deus, sem contar que a maioria são ignorantes, sem noção, estudo, amor e sabedoria, infelizmente atualmente está difícil aparecer alguém que vale a pena, ver ou ouvir.

 Ainda assim o infeliz se acha melhor, (a) a ponto de ignorar os sem noções, eu não acredito que haja diferença, ok. Uns nasce com uma estrela na testa e bem acesa, enquanto que outros vem com a estrela no c... e apagada, ao invés de ser grato, agradecido, sendo gentil, humano e solidário, eles acreditam que são únicos e que não vão morrer, acreditando, segundo eles que seu dinheiro ganho à custa de terceiro o fará diferente, se assim fosse tantos podres de ricos já não teria morrido e estaria apodrecendo de baixo da terra.

Gente acorda pra cuspir, vão trabalhar e tentar ser alguém, parem de viver a vida dos ex famosos, eu não sei onde vamos parar com tanto egoísmo, falta de respeito, humildade, bondade e caráter dessa gente sem coração, infelizmente o mau está liderando.

É tanta sujeira e nojeira, que o mundo está cada dia mais fedido, em todos as arias e profissões, só existe gente querendo lucrar em cima de muitos que não tem aonde cair morto; ainda assim querem viver, então faz das tiriba coração e paga aos mercenários, em todo tipo da saúde em geral para ver se vivi melhor.

O que esperar desse mundo? São tantas catástrofes, como terremotos, destrates naturais, destruição da natureza, furações e inundações, porém o povo, esse está cego, é tanto egoísmo e falta de humildade que nem Deus consegue entender.

Joana Darc N de Araújo A Ferreira