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sábado, 23 de agosto de 2025

 

      PASSADO E PRESENTE

 

Será que na nossa infância nós fomos felizes? Bom, do pouco que me lembro, eu fui, na verdade, como não existia nada que nos mostrasse um mundo diferente daquele que vivíamos, eu particularmente não me incomodava, vivamos com quase nada em todos os sentidos, nós mesmo improvisávamos nossos brinquedos, brincávamos com sabugos de milho, fingido ser bonecas, quando chovia até cabelos elas ganhavam, tínhamos bonecas de pano bem mal feitas, risos.

O engraçado era que fazíamos academia (Amelinha) improvisávamos com bola de pano, era muito bom, de pular corda e brincávamos com cinco pedrinha, tinha que pegar no ar, quem conseguisse chegar ao final ganhava, brincamos como até hoje existe de esconde, esconde, enfim, éramos normais, os meninos de bola de gude e futebol, obvio com bola de pano.

Agora como não tínhamos juízo, Deus nos protegeu muito, porque? Eu amava tomar banho de rio, principalmente com correnteza, subia em pés de manga e quando era época de chuva, eu pulava no açude, amava subir nas arvores e pular nos rios,  como subi em pés de coco, imbu, coco catolé, pedra quanto mais alta e perigosa melhor, descalço, não tínhamos chinelos, agora o juízo era pouco, eu amava mexer com bichos, sapos, cobras, enfim tudo que fosse perigoso, não morri por que não era a hora e Deus, pela minha inocência me protegia.

Não é mentira nem demagogia, de coração, nós que fomos nascidos no século vinte, tivemos uma infância abençoada e a melhor juventude, era tudo vivido com simplicidade, ao mesmo tempo  com inocência, não existia maldade, preconceito, era tanta pureza, os namoros, nem pegar na mão pegávamos, poucas vezes tocávamos na mão um do outro, o engraçado era que nos apaixonávamos mesmo, isso dos catorze até dezessete anos, depois dos dezessete já nos beijávamos, falo por mim, eu não tinha pensamentos pecaminosos.

Na verdade, eu só transei com quem seria meu marido e com vinte e três anos, com ele casei e foi tudo novidade, era inocente de verdade, não me arrependo de nada do que fiz.

Minha vida foi vivida com inocência e medo de fazer algo que fosse me arrepender, então fiz tudo no meu tempo e com a pessoa certa, namoramos quatro anos e ficamos casados catorze anos, Deus achou suficiente e o levou de volta para o céu, com apenas trinta e nove anos, eu optei por ficar sozinha, juro, eu não me arrependo, cada um é cada um, não me incomodo quem quer refazer sua vida, mas no meu caso com filhos, sendo uma criança e  dois adolescentes, preferi pensar neles, jamais deixaria outro homem entrar na minha vida e fazer algo com os meus filhos.  

Continuo afirmando, apesar de todos obstáculos tivemos uma infância maravilhosa e uma adolescência, sem exibição, com sabedoria e sem mostrar nossos corpo  a qualquer um, hoje somos taxada de quadrada que não tivemos vida, nem podemos falar algo do passado que já vem a ironia, mas ao contrário, eu sinto pena dessa juventude de hoje, eles(as)não se amam nem se respeita, muitos aos doze anos, acredita que se já não tiver transado  estão vivendo fora da realidade, a moda é sair com vários e obvio andar quase pelados.

 Joana Darc Nunes de Araújo A Ferreira.

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