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sábado, 16 de agosto de 2025

 

NORDESTE.

 

Como já falei várias vezes, eu nasci no sertão de Pernambuco, num sitio chamado Clarinha, no mesmo eu morei até dezesseis anos, em 1968 nossos pais e nós, fomos morar na cidade de Itapetim Pernambuco, na verdade, eu não sei se é imaginação minha, mas até 1969 chovia mais que nos últimos anos, ainda assim, tinha a época certa da chuva e também a água já era difícil, mas uma coisa eu lembro, os Nordestinos sempre souberam dá muito valor as chuvas, por esse motivo sempre fizeram armazenamento de água.

Na época tinha muitos potes grandes, e, nos sítios aonde existia um açude, ou rios, os homens cavavam bastante para manter água nas cacimbas, todos sem exceção, economizavam água, os banhos? Óbvio tomávamos, porém, sem exagerar no tempo, com pouca água, afinal era chamado, banho de cuia, as necessidades até hoje, disso eu sinto pena de nós, fico imaginando como sobreviemos sem doenças, porque era um horror, só de lembrar dói em mim.

Eu não lembro de alguém reclamar, na época, apesar do sofrimento achava natural, papai como sempre foi um homem inteligente e esclarecido apesar de pouco estudo, tanto ele, como mãe, comprava escova de dentes, pasta e sabonete Gessy mais e a preguiça de escovar os dentes! Era uma vida tão sofrida e de tantas dificuldades, porém, ainda assim, tínhamos nossos momentos de alegria, como toda criança e adolescente, nós riamos de tudo.

Eu acredito que só fomos ver a diferença quando nos mudamos para cidade. As minhas irmãs tinham até vergonha de sair, e, ir comprar algo que fosse no armazém ou padaria, como eu sempre fui, desde do sitio, pau pra toda obra, sobrava pra mim. Não olhava pra ninguém, porém, Deus foi gentil comigo e só passei um ano em Itapetim, eu fiz dezessete anos em setembro, no final de novembro vim para são Paulo. Eu vim morar com uma tia que não tinha filhos, fui muito bem tratada, mas um ano e cinco meses depois, eu voltei, as saudades era muita, da pobreza e falta de tudo, risos.

Mas fiquei só dez meses, Deus me mandou de volta para São Paulo, mas as saudades da pobreza falaram mais alto e lá vai eu de volta a Itapetim Pernambuco, desta vez fiquei três anos, no início de 1976 voltei para São Paulo, onde estou até hoje, resumo da história, no Nordeste eu vivi no máximo vinte anos, mas amo meu Nordeste, afinal toda minha família ainda mora na mesma cidade, Itapetim ou Recife.

 

Joana Darc Nunes de Araújo Alves Ferreira

 

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