VIVER COM ALGRIA, APESAR DA POBREZA.
Se fui feliz? Obvio que sim, até dezesseis anos, apesar da inocência
era feliz, porém, a minha vida se transformou para melhor, quando com dezessete
anos, eu vim para São Paulo e voltei com dezoito anos, já não me sentia tão feia,
minha timidez não existia mais, enfim, voltei mais dona de mim sem tanta
vergonha, agora melhorou mesmo, quando fui e retornei de são Paulo mais uma vez.
No fundo eu sabia, meu futuro estava em São Paulo, minha
estadia ali, na minha cidade Itapetim Pernambuco, não seria para sempre, então;
aproveitei cada minuto, momento e hora da minha vida, como voltei menos feia, cabelos
longos, louro natural, era uma garota até apresentável, namorei muito, ia
muitas festas, passeios, e, como em são Paulo aprendi me vestir melhor, graças a
Deus continuei, na época, qual pano se fazia um vestido, ou calça cumprida, não
era o olho da cara como é hoje, sem contar que os meus vestidos, ou blusas, elas
não tinha as costas, era frente única, economizava pano risos, quem os fazia era
uma prima que ate hoje costura muito bem, ela não cobrava caro.
E comigo era; bateu levou, não com brigas, corria de confusão,
era o seguinte; se alguém não falava comigo e daí? Fingia que não os conhecia
também, eu vivi intensamente, ri muito, amava conversar, fazer amigos, rir de
tudo, até de mim mesma, aliás, até hoje, dificilmente quem fica perto de mim
não dá boas gargalhadas.
Na verdade, cara feia pra mim é fome, ou pessoas que não
tiveram uma vida por que não quis. Deus nos deu a vida para ser vivida, com
alegria, fé, sabedoria, amor a Deus e sempre acreditando em dia melhores, óbvio!
Fazer do ruim o melhor e sem reclamar.
Eu acredito que pela minha alegria, muita gente não gostava de
mim, eu não sei se vocês sabem, mas a felicidade de uma pessoa incomoda,
principalmente sendo você, uma moça pobre e morando no centro da cidade, mesmo
que sua casa fosse a mais lascada, por que diga de passagem, a nossa casa era
uma das piores da rua, era tão legal que mesmo sem abrir as janelas, nós víamos tudo
pelos os buracos, risos, pois não é, que ainda causava inveja, cruzes.
Pra completar o banheiro da nossa casa era a treva, se alguém
pedisse para ir ao banheiro, nessa hora eu tremia risos, ok, já usávamos folhas
velha de papel, ou saco de pão, aqueles que vinha quando comprava os abençoados
pães, não, graças a Deus, os sabugos e mato ficaram no passado.
Como éramos muitos em casa óbvio! Não passávamos fome, mas a
dificuldade era grande, mas nem assim, eu deixava a pobreza me afetar, como em
toda época eu sabia que não agradava todos, mas eu Kiko? Risos.
Amava namorar, se algum cara me interessava e estivesse namorando, pra mim não era empecilho, aprontei poucas e boas, essa é outra história...
Joana Darc N de Araújo Alves Ferreira.
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