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sábado, 26 de julho de 2025

 

VIVER COM ALGRIA, APESAR DA POBREZA.

Se fui feliz? Obvio que sim, até dezesseis anos, apesar da inocência era feliz, porém, a minha vida se transformou para melhor, quando com dezessete anos, eu vim para São Paulo e voltei com dezoito anos, já não me sentia tão feia, minha timidez não existia mais, enfim, voltei mais dona de mim sem tanta vergonha, agora melhorou mesmo, quando fui e retornei de são Paulo mais uma vez.

No fundo eu sabia, meu futuro estava em São Paulo, minha estadia ali, na minha cidade Itapetim Pernambuco, não seria para sempre, então; aproveitei cada minuto, momento e hora da minha vida, como voltei menos feia, cabelos longos, louro natural, era uma garota até apresentável, namorei muito, ia muitas festas, passeios, e, como em são Paulo aprendi me vestir melhor, graças a Deus continuei, na época, qual pano se fazia um vestido, ou calça cumprida, não era o olho da cara como é hoje, sem contar que os meus vestidos, ou blusas, elas não tinha as costas, era frente única, economizava pano risos, quem os fazia era uma prima que ate hoje costura muito bem, ela não cobrava caro.

E comigo era; bateu levou, não com brigas, corria de confusão, era o seguinte; se alguém não falava comigo e daí? Fingia que não os conhecia também, eu vivi intensamente, ri muito, amava conversar, fazer amigos, rir de tudo, até de mim mesma, aliás, até hoje, dificilmente quem fica perto de mim não dá boas gargalhadas.

Na verdade, cara feia pra mim é fome, ou pessoas que não tiveram uma vida por que não quis. Deus nos deu a vida para ser vivida, com alegria, fé, sabedoria, amor a Deus e sempre acreditando em dia melhores, óbvio! Fazer do ruim o melhor e sem reclamar.

Eu acredito que pela minha alegria, muita gente não gostava de mim, eu não sei se vocês sabem, mas a felicidade de uma pessoa incomoda, principalmente sendo você, uma moça pobre e morando no centro da cidade, mesmo que sua casa fosse a mais lascada, por que diga de passagem, a nossa casa era uma das piores da rua, era tão legal que mesmo sem abrir as janelas, nós víamos tudo pelos os buracos, risos, pois não é, que ainda causava inveja, cruzes.

Pra completar o banheiro da nossa casa era a treva, se alguém pedisse para ir ao banheiro, nessa hora eu tremia risos, ok, já usávamos folhas velha de papel, ou saco de pão, aqueles que vinha quando comprava os abençoados pães, não, graças a Deus, os sabugos e mato ficaram no passado.

Como éramos muitos em casa óbvio! Não passávamos fome, mas a dificuldade era grande, mas nem assim, eu deixava a pobreza me afetar, como em toda época eu sabia que não agradava todos, mas eu Kiko? Risos.

Amava namorar, se algum cara me interessava e estivesse namorando, pra mim não era empecilho, aprontei poucas e boas, essa é outra história...

Joana Darc N de Araújo Alves Ferreira.

sábado, 19 de julho de 2025

 

            MINHA CABEÇA E VONTADE DE ECREVER NÃO PARA.

 

Óbvio! E como gosto de falar dos anos, que para muitos até hoje é o tempo do ronco, porém, particularmente para mim, apesar de muitas dificuldades, onde nos faltava até o essencial, eu não sentia falta de nada, vivíamos livres, sem peso na consciência, sem ódio, magoa ou inveja, pra mim o mundo era perfeito, isso morando num sitio, sem saber o que existia além do que meus olhos conseguiam ver.

Hoje fecho os olhos e me pergunto; como nós conseguíamos viver daquela forma e sem reclamar? Era tudo limitado, nossos pais não eram pessoas ruins, ao contrário, papai se virava nos trinta para nos dá o melhor, coitada de mãe só lembro ela (buchuda) risos gravida, eu lembro que mãe vomitava muito, e quando chegava o bebe, eu juro acreditava que vinha do bico de algum passarinho, já que avião nem existia quase na época, era um susto quando algum passava pelo sitio, porém era tão alto, que só escutávamos o barulho.

Mas a pobreza era geral, no sitio todos vivíamos com dificuldades, como sempre, o bom era época que chovia, porque aí sabíamos que teríamos mais fartura, o frio não existia, por mais que esfriasse, mãe nos cobria com lençóis de saco, comprava os abençoados, os deixava branquinho e como ela tinha aquela máquina de pé, da idade da pedra, de dois sacos fazia um lençol, graças a Deus, mãe sabia costurar, ela os fazia e também nossas roupas, a bichinha se virava.

 Com uns dez anos, minha alegria era ir passar dias na casa de uma tia, irmã de mãe, madrinha Bia, na Paraíba divisa com Pernambuco, num sitio também, lá tinha minhas primas da mesma idade e como nos divertíamos, meus tios, já viviam melhor que agente, meu tio era marchante, então a carne era garantida. Até hoje minhas primas e eu somos amigas.

No nosso sitio existia muitas crianças, os nossos vizinhos era meus tios, com nossos primos sempre nos demos muito bem, aliás, brincadeira não nos faltavam, como dormíamos com as galinhas acordava muito cedo, com certeza tínhamos obrigações, desde pequena eu ajudava muito minha mãe, afinal de contas, o que mais tinha era irmãos menores, como muitos faziam xixi nas redes e eu odiava sujeira, todos os dias tinha que lavar roupa, isso com pouca água, já que sempre existiu a falta de chuvas.

Existe algo, até hoje eu não entendo como sobrevivemos, o banho de cuia, era normal, agora fazer o número dois e um no mato, daí limpar as partes pudendas com sabugo de milho ou mato, aquilo sim foi a pior parte, foi uma época de sofrimento, pobreza e escassez, mas apesar de tudo eu fui feliz, não guardo magoa, no fundo sinto saudades, hoje apesar de terem de tudo, algumas pessoas ainda são infelizes e revoltadas, nunca estão satisfeitos com nada.

Com catorze anos fui estudar na cidade, apesar da vergonha fiz amigos, ia e voltava geralmente com meu irmão no cavalo, meu irmão o próprio cavalo guiando o animal, morria de medo, ela só andava galopando, não sei como não morremos. Na verdade, foi uma época de luta, desafios, sacrifícios e falta de muitas coisas, mas de inocência, obediência e resignação. 

    

Joana Darc N de Araújo A Ferreira.

sábado, 12 de julho de 2025

 

 

 

VOCE GOSTA DE CONVERSAR?

Quanto a mim já deu pra perceber que gosto muito, mas como hoje está tudo muito complicado e as pessoas sem exceção, mesmo estando junto não curte mais bater um papo ao vivo a maioria prefere o celular, estou errada?

Na minha época, lá vai eu de novo, minha época, pois é, o que fazer quando ainda existe memoria, não está com Alzheimer e gosta de falar do passado, obvio escrever, esse é o meu melhor momento e como amo falar do meu tempo risos.

No meu tempo, como não existia nada para nos distrair, o que? Não existia? Claro que sim, nós mesmos fazíamos nossas brincadeiras, juro era muito bom, quando criança, por exemplo, pular corda, fazer pernas de pau, gangorras e muitas outras brincadeiras, óbvio até hoje tudo isso existe, porém, com outros nomes e mais sofisticados, mas ninguém brinca.

 Já mocinha na cidade, não era como a maioria dos jovens, ou muita gente pensa, que por sermos Nordestinos, nascidos no sertão pernambucano vivíamos isolados do mundo, não meus amigos, nós tivemos uma vida, óbvio! Quem soube viver e quis ser feliz, viveu intensamente, mas sem apelação, vocês querem saber se tinha bailes?  Oxente! Era o que mais tinha e com boa música e dançando de rosto coladinho, era incrível! Quando alguém nos interessava? namorávamos porquê não? agora não pensem vocês que existiam pensamentos pecaminoso, risos, era incrível, existia respeito, era muito bom, porém, não passávamos dos limites, medo, receio, no meu caso eu nem sei o que sentia, eu lembro que com dezessete anos, com meu primeiro namorado, isso em são Paulo, ele quis passar dos limites, eu segurei  sua mão boba, o levei até o portão e expulsei da minha vida pra sempre, nunca mais o olhei na sua cara nojenta, apesar de jovem e ser meu primeiro namorado e matuta Nordestina, sabia o que não queria.

Hoje ao contrário, aos treze anos muitas garotas já passam da conta, coitadas! Acreditando estarem abafando. Se éramos felizes mesmo com nossas limitações? Eu respondo por mim, fui, vivi tudo no meu tempo e não me arrependo de nada mesmo, Há eu me arrependo, não ter estudado mais, apesar, que se estivesse me dedicado aos estudo não teria viajado jovem ainda para São Paulo, óbvio poderia ter estudado em São Paulo, oportunidade não faltou, mas não sabia o que queria e fiquei entre 1969 e 1976, indo e voltando, do Nordeste a São Paulo, enfim, a vida tem que ser, como nos foi predestinada, geralmente quando tentamos mudar o destino geralmente não dá certo, sei lá risos. Portanto viva intensamente sendo você mesma.

 

Joana Darc N Araújo A Ferreira

sábado, 5 de julho de 2025

 

 

 

ESTÁ TUDO ERRADO.

 

Estamos vivendo uma época onde todos nós, sem exceção estamos nos destruindo com nossas magoas, decepções e frustações, infelizmente ninguém olha para o lado, andamos todos cabeça baixa parecendo cegos ou alienados, ninguém gosta de ouvir, escutar um amigo ou não, estamos simplesmente preocupados com nossos problemas, se estamos bem o resto que se dane.

Mais uma vez estamos vendo a destruição no Rio Grande do Sul, que tristeza, um ano após aquela catástrofe nada foi feito, a natureza está pedindo espaço, porém o homem não consegue escutar, não dá pra entender, desde o ano passado rezo e penso nas famílias que continuam em abrigos, principalmente os idosos, o que será que está acontecendo com o ser humano, quer dizer os nossos governantes, dá um desespero ver tudo se repetindo, aquelas pessoas saindo de dentro de casa com uma mão na frente e outra atrás, será Deus! Que não existe mais solidariedade e ninguém com alma e coração, como não vejo televisão e não escutei mais nada sobre esse estado, eu acreditava que os poderosos já tivessem feito algo.

Quem teve recurso, com certeza conseguiram fazer algo, mas quem não tem onde cair morto? Na verdade, nós os de alma, coração e sentimentos, só podemos pedir a Deus, para entrar no coração de alguém que tenha poderes e seja sincero, honesto e procure mudar para que ainda vejamos esses estados e outros, sem tanta dor, sofrimentos e perdas.

Muita gente acredita que estamos no fim do mundo, será? Que é lamentável é, fora do Brasil é os países guerrilhando a troco de poderes, nisso quem sofre, os mais carentes. Como é triste ver tanta destruição, perdas de seres humanos, pessoas com tanto ódio, egoísmo e maldade, fazendo guerra a troco de nada, não dá pra entender aonde vamos parar, o pior que na realidade o ser humano estar todo podre, fedendo, dentro do seu mundo acreditando ele ser o melhor.

 Deus! Na verdade, seria maravilhoso se tudo isso fosse o fim, mas com certeza, eu talvez não, mas os mais jovens coitados! Vão pastar até chegar ao fim.

      Joana Darc N de Araújo A Ferreira.