EU MORRO E
NÃO ME ACOSTUMO.
Com que? Muitas coisas que estamos vivendo
e está acontecendo em pleno século vinte e um, primeiro; os jovens de hoje, eles
não sabem nem querem aprender nada de útil e bom, cada dia vemos mais jovens
desorientados, parece que eles não sabem nem querem viver muito, se perdem em
tudo, são poucos os que estudam e dão a valor a algo. No meu tempo, ok! Muitos
vão ler e falar, você não conta é velha, sim sou velha, mas com certeza
consegui viver numa época onde nós, os jovens ainda sabíamos respeitar e
escutar os nossos pais, falando como nos comportar.
No meu tempo sim, ouvíamos boas músicas,
sabíamos ouvir e conversar com os amigos, aliás a música tinha letra e nos
fazia sonhar, imaginando uma história nossa, nas letras, sim, íamos a baile, é porque
na nossa época tinha festas, bailes, carnaval, enfim, nós tivemos uma vida, não é como
a maioria dos jovens pensam, que já nascemos velhos, gordos, feios e
desdentados, fomos sim jovem, no meu caso feliz, nós os que soubemos aproveitar
a vida, vivemos com sabedoria e dignidade e sem precisar ficar exibindo nossos
corpos seminus para chamar atenção, se namorávamos? Obvio, mas namoros sadios,
claro! Beijo de língua, abraços e sentíamos desejos, mas não a ponto de ir com
qualquer namorado pra cama, ou mato.
Nós nos valorizávamos, tivemos sim uma
juventude sadia, onde nem fumar cigarro ou cerveja era hábito, hoje à musica
não presta, a maioria só excita os jovens a pensar e fazer o que não presta,
quer dizer, me conta que musica faz você, você mesmo jovem de hoje, sonhar e
pensar em algo que valha a pena?
As festas, a música não prestam, os jovens
a maioria, é fumando, mas não cigarro, além de cheirando todo tipo de drogas,
as meninas só se sentem mulher e realizada quando numa noite fica com todos os
caras, nem que no outro dia não se lembro do que fez
Bom! Quem sou eu? Alguém que soube
aproveitar a vida, bom, no meu tempo gostávamos do sexo oposto, hoje
infelizmente, o que vier e lucro, até mulheres que casaram e tiveram filhos, já
não curtem mais homens e vice-versa, então o que me resta é escrever para
tentar conseguir viver meus últimos anos de vida, infelizmente sem entender o
ser humano, eu sinto pena? Não, ao contrário, os jovens sentem pena de mim e
vão me chamar de quadrada, velha, burra e pensar; coitada desse ser, ela acha
que foi feliz vivendo aquela vida medíocre e sem emoção.
Mas eu respondo; amei, fui amada, sofri, fiz
sofrer, porém, eu soube aproveitar com dignidade e sabedoria, cada momento que a
vida me ofereceu, mesmo me faltando muita coisa, fui feliz e agradeço a Deus
cada momento vivido.
Joana Darc Nunes de Araújo Alves Ferreira.