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sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

LEMBRANÇAS MARAVILHOSAS.

 

      Logo que nos mudamos do sitio para cidade de Itaptim Pernambuco, um ano depois, quando eu fiz dezessete anos, em 1969, eu vim para Guarulhos (São Paulo) Eu fiquei um ano e cinco meses, mas quis voltar a Pernambuco Itapetim.

E ai sim comecei viver, apesar das dificuldades em casa, havia crescido em todos os sentidos, tinha tido um namoradinho em Guarulhos, mas confesso, meu primeiro namorado foi em 1972, na minha volta a Itapetim, foram dez meses na cidade, mas vivi momentos inesquecíveis, sofri, chorei por amor, mas na verdade, eu sentia saudades de São Paulo, por tantos motivos eu resolvi voltar para são Paulo, antes passei um quinze dias no Rio de janeiro, quer dizer, eu aproveitei todas as oportunidade que a vida estava  me oferecendo e conheci duas capitais que para mim era como viver um sonho incrível.

Já em Guarulhos eu me sentia, indo ao cinema com minhas amigas, andar de ônibus para mim era o máximo, ir ao centro de São Paulo com os meus tios, conhecer museu, aeroporto enfim, conheci lugares incríveis nessas minhas viagens ao sudeste.

      Mas como todo jovem, o que eu queria era viver a vida, retornei a Itapetim Pernambuco, bom, a volta foi maravilhosa, aí sim vivi três anos de muitos desafios, alegrias e aproveitando cada momento, como se eu já soubesse que logo retornaria a São Paulo, eu acredito que se todos nós tivéssemos vivido tudo no seu tempo e momento não existiria tantas pessoas amargas e indecisas.

      Se me arrependo de algo? Sim, de não ter estudado mais, o resto não mudaria absolutamente nada.

      Vivi tudo no meu tempo, amei, fui amada, sofri, fiz sofrer, mas a vida sempre foi assim, embora hoje os jovens não acreditem que nós, os mais velhos não tenhamos tido uma vida, eles se enganam.

      Talvez quem vá ler minha história não acredite, mas  mesmo sem telefone nossa comunicação por cartas era bem emocionante, as festas existiam, eu lembro dos assustados, irmos na casa de amigos dançar, ao som de um vitrola com as música da época, Rock, o carnaval era muito divertido, tanto de rua como no salão, as festas juninas como quadrilha, festa de rua, mas pra gente, os jovens o melhor dia, era vinte nove de junho com o tradicional baile, vinha sempre uma banda de Patos PB, Arco Verde PE, ou a banda dos meninos da nossa cidade.

Quem viveu na mesma época que eu, no sertão de Pernambuco, na cidade de Itapetim e região, soube viver e aproveitar a vida, sabem do que eu estou falando.

Não daria pra contar tudo, mas aqui é um pouco do que eu vivi, graças a Deus tenho boa memória, apesar de muito dizerem; quem vivi de passado é museu, ao contrário feliz de quem tem memoria boa e viveu intensamente os bons momentos que a vida nos oferecia.  

Joana Darc Nunes de Araújo Alves Ferreira.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

MELHORES E PIORES LEMBRANÇAS

 

Nesse caso eu me refiro a sua vida de criança, adolescência e jovem, bom, minhas melhores lembranças de criança, a inocência, as simples brincadeiras como pular corda, amarelinha e queimada mesmo com bola de pano, daí maiorzinha, subir e chupar frutas do pé, correr descalço dia de chuva e pular nos açudes e rios, de fazer casinha debaixo de um pé de algodão ou umbu com brinquedos improvisados,  brincar com bonecas de pano, ou sabugo de milho, foi uma infância bem divertida, mas teve momentos ruins, como só existia fogão a lenha, nós sofríamos para buscar a lenha para cozinhar, mas teve um episódio assustador, um dia resolvemos pegar lenha na cerca de um vizinho, um dos filhos do dono, nos flagrou e com uma espingarda nos ameaçou, choramos muito, eu com dez anos e  dois irmãos menores, fizemos xixi nas roupas, daí perder um irmão de nove meses, eu com dez anos, andar descalço porque não tinha chinelo, dormir em redes e ela se rasgar na hora do melhor sono e cair no chão, pior, esperar nossa mãe costurar enquanto dormia encostada na parede.

Graças a Deus nunca passamos fome, mas as comidas eram limitadas, mas tinha um gosto muito bom, os doces, como meus pais criavam vacas, a nossa mãe fazia doce de leite, mamão e goiaba já que tinha no sitio, os bolos eram muito simples, mas bom demais, um simples biscoito ou bolacha caseiro tinha um sabor muito diferenciado.

 Já adolescente nossas brincadeiras preferidas era passar o anel, pelo o simples fato de passar o anel na mão de quem gostávamos sem ninguém saber, já mocinha as primeiras paixões muito secretas que só nós sabíamos, na verdade meu primeiro namorado foi com dezessete anos, já morando na cidade,

As piores lembranças, já mocinha e na cidade, o mesmo sistema do sitio, lata d’água na cabeça buscando da única barragem que existia, por vergonha acordávamos muito cedo, enquanto os demais dormiam, nos dias de lavar a roupa um sufoco, além da vergonha tínhamos que sair cedo se não, não encontrávamos um lugar perto da água, foram momentos difíceis, só melhorou um pouco em 1973.

Aí foram momentos bons e ruins, morávamos no centro da cidade, porém, a nossa casa era a mais feia, as janelas e portas tinha mais buraco que que a molesta, o banheiro dava até medo de fazer as necessidades naquele buraco negro, risos, os banhos de cuia, mas de coração eu não tinha vergonha, quando namorava alguém, dizia; aquela casa é a minha.

 Graças a Deus eu sempre fui muito feliz, ria de tudo e todos até mesmo de mim, tudo para mim era festa. Continua.

Joana Darc Nunes de A. A. Ferreira.