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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

O QUE SERIA DE NÓS

 

Pois é, se ao invés disse que eu escrevi, papai e mãe nunca tivessem saído do sitio e nem nos deixado estudar, como nós, poucos saíram do sitio, os que ficaram acabaram se casando e agora depois de velhos, muitos mudaram para a cidade de Itapetim sertão de Pernambuco, são  poucos que até hoje vivem no mesmo sitio, agora que a cidade está quase chegando nos sítios, muitos já de idade, alguns resolveram voltar para os seus sítios, hoje com uma vida melhor, aliás, todos com poços artesiano, água e luz.

Infelizmente, se nós nunca tivéssemos saído daquele sitio, com certeza teríamos casado com os vizinhos, ou até parentes e hoje sabes lá como estaríamos, uma vez estava no sitio na casa que nasci e fui criada, a segunda fica ao lado, ambas reformadas, eu fechei os olhos e imaginei, nós éramos oito mulheres e três homens, dois havia morrido bebê.

Então fiz os nossos casamentos na minha cabeça, sozinha ri muito, era uma cena que dava dó, as casas todas pertinho, os nossos filhos criados juntos, mas com certeza era muita encrenca pobreza e falta de tudo, já que conforme foi passando os anos as chuvas foram cada vez diminuído mais, eu contei a cena para minhas irmãs e quem seria nossos maridos e rimos muito, nem uma de nós namoramos com nossos pretendentes imaginário.

Nenhum dos meus irmãos ficaram ricos, mas graças a Deus, todos nós temos uma vida tranquila, faculdade só fez um irmão, todos estudamos e os mais esperto fizeram alguma especialização, a que menos estudou foi eu e um irmão, o resto todos terminaram na época terceiro grau, comigo principalmente que fugi da escola, os meus filhos e alguns sobrinhos fizeram faculdade e algo mais.

Quem me acompanha por aqui sabe, só quem saiu do Nordeste fui eu e meu irmão, os outros, alguns moram no Recife e dois na mesma cidade, Itapetim Pernambuco, hoje meu pai já morreu e duas irmãs mais velhas, a minha mãe apesar de velhinha continua viva e lúcida, hoje com noventa e seis anos numa cama a vinte três anos.

 Quanto a mim por problemas sérios na coluna, eu não consigo andar como antes, nem ficar sentada muito tempo dentro de um ônibus, me refiro ir do Recife a Itapetim, o bom seria se tivesse um aeroporto em Patos na Paraíba, ou caruaru, facilitava muito, mas enfim nada é como queremos.

 Graças a Deus com essas chamadas de vídeos sempre vejo e converso com minha mãe, mas nada como vê-la pessoalmente

Joana Darc Nunes de Araújo Alves Ferreira    

sábado, 14 de dezembro de 2024

QUE VIDA TERRIAMOS

 

 

Como amo escrever e ficar imaginando milhões de coisas, hoje pensando cá com meus botões, eu me pequei me perguntando como seria nossas vidas, minha e dos meus irmãos, se nossos pais, nascido no início do século vinte, eles tivessem resolvido nos criar na inchada e sem estudo, como estaríamos?  É porque muitos que nasceram na mesma época, os pais pararam no tempo e derem aos filhos a mesma criação, eu convivi com pessoas nascida na época dos meus pais e minha, sem estudo, ignorante e sem saber assinar o nome, isso é fato.

 Graças a Deus, tanto meus avós paternos como maternos, eles deixaram os filhos estudar lhes dando o direito a uma vida diferente, quando os meus pais se conheceram, ambos tinham um pouco de estudo, os dois, eles nasceram e foram criados em sítios, mas longe um do outro,  obvio numa pobreza que eu nem imagino, apesar que os meus avós paternos tinha uma situação melhor, como se diz, Deus e o destino quis, o meu pai era muito esforçado e além de estudar, como era muito bom em português e matemática desde treze anos já trabalhava num armazém chamado de bodega, no povoado perto do sitio.

Nessa época existia garimpos, os responsável pelo garimpo, eles iam fazer compra onde papai trabalhava e vendo o quanto ele era inteligente, o convidaram para trabalhar no escritório do garimpo, papai com uns dezoito  anos, quanto a minha mãe, o seu irmão tinha uma cantina no tal garimpo, mãe com quinze anos, ela sempre ia ajudar o seu irmão, foi assim que ela e papai se conheceram jovens, mas como em toda época os dois, não satisfeito só em namorar, papai muito safadinho engravidou minha mãe, ela dezoito e ele vinte e um anos, daí casados o que mais sabiam eram fazer filhos, um atrás do outro, fomos em treze filhos, quanto à o meu avó paterno, morando na cidade,  isso eu não sei contar como conseguiu, obvio era muito inteligente e tinha estudo, ele era Tabelião e tinha seu próprio cartório, como papai nunca gostou de serviço braçal, então trabalhava com meu avó, acredito que o ganho era pouco, então papai foi se aventurar e resolveu trabalhar em outros estados, como ele tinha um pouco de estudo e era muito inteligente, conseguiu trabalhar de mestre de obra, assim levou muitos conterrâneos para trabalhar ao seu lado.

Isso na construção de Brasília, quanto a nós morando no sitio, papai vinha todo ano, sempre que vinha mãe ficava gravida, minha mãe criava vacas, porcos e galinha, fazia muitas hortas, enfim mãe dava seus pulos, sem contar que naquela época chovia mais, então papai contratava homens para trabalhar nas roças, papai aproveitou todas as chances e oportunidades que Deus lhe deu.

Papai como homem sábio, inteligente e de visão, ele resolveu que os filhos teria sim um futuro melhor, as primeiras filhas, elas foram estudar na cidade na casa dos nossos avós paternos,  com o passar dos anos eu com dezesseis anos, papai comprou uma casa na cidade  onde eu já estudava, indo e vindo com meu o meu irmão, a cidade que meus avós moravam, então nos mudamos todos, no início foi difícil, já que no sítio tinha mais recursos por conta de tudo que mãe criava e fazia, papai deixou alguém tomando conta de tudo, mas jamais foi a mesma coisa, então todos fomos estudar e vivermos uma vida, não digo maravilhosa, mas um pouquinho melhor, eu sair do Nordeste e vim para são Paulo com dezessete anos, como era muito aventureira e não sabia o que queria nunca estudei direito, mas ainda assim tive bons momentos e vivi intensamente, bom se vocês querem saber o que eu imaginei se não tivéssemos saído do sitio não perca a segunda parte da história.

Joana Darc Nunes de Araújo Alves Ferreira.